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Maarten Janssen, 2014-

PSCR0078

1558. Carta de Inês Batista para Jorge Pinto, seu filho.

ResumoA autora faz diversas recomendações ao seu filho e queixa-se de que ele não segue os seus conselhos.
Autor(es) Inês Batista
Destinatário(s) Jorge Pinto            
De Portugal, Lisboa
Para Portugal, Tavira
Contexto

O réu deste processo é Jorge Pinto, escrivão das galés do rei, acusado de bigamia pela Inquisição de Lisboa. De acordo com diversos testemunhos recolhidos, Jorge Pinto contraiu matrimónio com Catarina Lourenço quando a sua armada de galés passou algum tempo em Tavira. De acordo com outro conjunto de testemunhos, ele casou-se com Isabel Ferreira quando mais tarde regressou a Lisboa. Perante a Inquisição, o réu afirmou sempre que nunca havia consumado a sua ligação com Catarina Lourenço. Isto, no entanto, é desmentido pelas cartas incluídas no processo.

Nota: no fólio 26v, abaixo do sobrescrito, vem uma lista de nomes e pagamentos realizados, claro exemplo de aproveitamento de papel.

Suporte uma folha de papel dobrada escrita em todas as faces.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Lisboa
Cota arquivística Processo 6398
Fólios 29r-30v
Online Facsimile http://digitarq.arquivos.pt/details?id=2306447
Socio-Historical Keywords Tiago Machado de Castro
Transcrição Tiago Machado de Castro
Revisão principal Fernanda Pratas
Contextualização Tiago Machado de Castro
Modernização Fernanda Pratas
Data da transcrição2015

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Pa meu filho yorgue pinto no allgarve / e darse ha em quasa de domiguos Roiz mourato Filho

Muyto follguey sy hũa carta que me derão vosa por saber novas de vos porque vos fostes de moura tam depresa q nũca me mãdastes dizer ho que la pasastes q me mãdou dizer vosa yrmã muyto me memquorya de vos q não estiveses ahi mais q dia rogandovos eu muyto q estiveses ela simquo ou seis dias/ mas pareseme q nũqua neste mundo follgastes de me fazer a vontade em nada que seya como vos quyzerdes qamto he ao que me mãdais dizer q estais malldesposto duma perna pesame muyto diso noso sor vos de muyta saude asi como eu deseyo qamto he ao q me mãdais dizer dese neguosio desa molher q me vos tinhãs dado cõta iso vereis vos la se vos vem bem e se he cousa pa desquamsardes bem creyo eu q sera ela de boa gente e muyto omrada mas todavia folgarey eu que teveses vos cousa en q desquamsases e como iso fose cousa boa não tinhãs vos nesesidade de minha lisemsa q eu seria cõtemte do que vos foses aguora olhai vos la o que vos cumpre q ya aguora tendes idade pa iso/ qamto he do voso neguosio q me mãdastes dizer/ que qua deixastes em poder de pero frz o escrivão da rainha não vos paresa q me esquese quantas vezes lho vou a lembar/ e aguora muyto milhor ho poso fazer porque paso pola porta porque se mudou vosa irmã p ahi mas segumda fra lhe falei e apertey tamto ele q me disese se avya d emtrar a rainha sedo nese despacho ele me dise q sedo e dahi não sei o que sera/ eu follgaria tamto como vos e mais ainda/ a carta que me mãdais pedir de dona ana/ loguo mãdey aquele dia que la fuy/ vos me disestes q vola mãdase a moura/ eu loguo a mãdei em cudamdo que estiveses ahi allgũs par de dias e vos tivestes tamanha presa q loguo vos fostes e não quisestes espeRar pola carta/ vosa irmã branqua sousa quabrall ha tem/ e lhe mãdei dizer q vola mãdase por pesoa serta por ele que não achou quẽ vola levase/ se vos porvemtura souberdes quẽ ven pa moura podelhe hir pedir a carta a vosa yrmã q a tem/ o sor duarte de sousa esta muyto menẽquorio de vos porque vos fostes e sem lhe falardes. e lhe dardes cõta de vos mas porem se ele aquy estevera ele vos escrevera. mas he hido daquy a trimta leguõas busquar hũs gaviãs vosas yrmãs fico de saude rogando a noso sor q vos de muyta vyda e muyta saude oye treze dias do mes de yulho 1558

quanto he ao que mẽ mãdastes dizer de dom fernão d allvres q vos fezera boa cõpanhia e vos agazalhara muyto bem follguo muyto niso

de vosa May ynes bautista


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