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Maarten Janssen, 2014-

PSCR1316

1607. Carta de Gastão de Abrunhosa para Alexandre de Abrunhosa.

Autor(es) Gastão de Abrunhosa      
Destinatário(s) Alexandre de Abrunhosa      
In English

Private letter from Gastão de Abrunhosa to Alexandre de Abrunhosa.

The author admonishes his cousin because of a debt that he has not yet paid and gives him instructions on how to proceed with his business.

The defendants in these processes are Alexandre de Abrunhosa and his cousin Gastão de Abrunhosa, who, as other family members, were accused of Judaism in 1602. Alexandre de Abrunhosa, his sister Isabel de Abrunhosa, and his cousin, Ana de Abrunhosa, all lived in Lisbon, parish of Martyrs, where they had taken refuge to escape the wave of arrests made by the Inquisition in Serpa. Nevertheless, they were arrested in 1602. They were released in 1605, thanks to a pardon granted by the pope, largely because of the steps that Gastão de Abrunhosa promoted in Rome. Gastão de Abrunhosa fled to Spain in 1602, following the arrest of his cousins. In letters sent from there to Nicolau Agostinho (PSCR1317 and PSCR1318), it is clear that his intention is to move to Rome in search of justice. This letter (PSCR1313) was handed over to the Inquisition, along with other three, by António Borges, who found a packet addressed to Alexandre de Abrunhosa. António Borges had picked the packet at the home of the local postmaster he thought that perhaps there was there some letter related to him. There was indeed, and he also found some other letters with words that he thought were suspicious, which led to him delivering them to the Inquisition.

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Respuesta a ultima de 1 de abril Notavel he o o cansaso e aflicsão de animo que tenho por não achar modo pa satisfazer a vm sem perjudicar. porque vm ou como asinte faz que não sabe ou não quer saber e não quer que lho diga, e so por se não pareser con os sors santos que se justificão consigo mesmo ouvera de mudar de pareser neste particular aos quais eu respondi o mesmo que ora digo a vm e he que fasão o que quiser contanto que me não perjudique porque a me perjudicar he forsado espicular o que fasen se he bon ou não. dis vm que não obrigara diogo duarte por não desistir de graviel ribeiro, eu digo que me ensine vm caminho ou via pa me restituir da perda e dano que ese erro me causa e que me calarei e lhe não direi nada, posto que lhe juro por o que lhe quero que me magoa mto ver quão mal vm sofre dizerenlhe o que parese lhe conven, e então escreve vm que ja he outro e que he mto solisito e bon negosiador e não quer ver (posto que o sabe) que o diser vm iso não fas credito iso ano de diser as jentes e pa asin ser ha vm de maginar de noute e fazer de dia e con tanta puntualidade trabalho e vegilansia que obrigue as gentes a o dizeren digame não ve que ha quatro mezes que grito que me site execute diogo duarte e não faz senão buscar dilasões pa não concluir. não ve que faz demanda com po de lião en cousa mais clara que o sol e perdea e agora escreve que não tivemos defeza e por iso se perdeo pois se vm se não defende claro esta que o himigo o a de matar por fraco que seja. não ve que pasa de quatro mezes que me embargarão os alugueres das casas, e en hoito dias se fizera petisão d agravo a colasão não chegara a des dias e oje não esta concluido ora eu sofro mas he forsa sentir e desengano a vm por o que lhe quero e sou que he imposivel o remedio das faltas sen o conhesimto dellas este quando per si o não quer ter deve estimar e agradeser diserenlho e asi peso a vm me diga a mim o que lhe parese que requere emenda que por ds me fara grande m e quando menos sei que me não dira senão o que lhe reparei me sera bon e o mesmo ten vm obrigasão de crer de min posto que nos podemos enganar ora vm não quer que lhe fasa senão ason de seu padar e por iso me calarei poren sera no que me não perjudicar a meu particular e con Lca por me pareser nesesario lhe digo que se me não proseguir con notavel rigor a eses dous cais que não ha que esperar delles e a lhe de fazer todas as avexasois per justisa que puder ser e pa iso se aconselhe con quẽ tem experiensia e se per si se não atreve valhase de quẽ o fasa por dro e diga vm que eu lhe peso con mta instansia fasa isto se quer ficar desculpado pa con elles lembrolhe mais que nese dro esta meu remedio depois de ds e jurolhe que se vm me encomendara semelhante negocio que o ouvera de fazer de modo que satisfisera e obrigara a vm resebi tamben a petisão da snra isabel d abrinhosa, e sobre ella me dis vm que conclua que esta cansado de esperar. ds me valha e me de pasiensia, e então não quer que lhe responda, senão como a menino rei; ds o cure e a min tamben perdoe valha e de pasiensia e por o agradar me calo diga o que quiser.

o conde me ten ora encarregado so falo de sete mil crusados que deve o que feito procurarei falarlhe no pinheiro mas declaro que não dara seissentos mil rs porque ja lhe eu dixe que lhe quitaria vinte mil rs pera a sisa (e sou lembrado que ha dias mo escreveo vm) e contudo não conclue, diser vm que o conde não paga sisa enganase (e perdoe se o offendo.

aqui mando a procurasão na forma que me pede, e pois a desima he tam boa digo que se fora posivel não inovar seria melhor somte dar lca pa a venda porque depois ao inovar nos darão mto mais e lhe de ei acresentar por o menos sinco mil rs de foro que he o terso como he custume mas vm fasa o que lhe pareser que eu creio fara por min o que eu farei por elle e se vivermos espero en ds se a de offereser ocasião en que lhe meresa as que me fizer, e deme lca pera lhe advirtir que se fiser novo emprasamto que a de por que se pague a desima de laudemio e não enganen a vm con o praso que fez anta d agiar en que dis que paguen a corentena, porque no contrato que se fez en que dei lca pera se partiren as casas declararão que fora erro e que não avião de pagar senão a desima conforme o praso antigo e naturesa do emprasamto e posto que se anule este contrato e partisão entre elles no que toca a min neste particular não me pode parar perjuiso porque se me não fizerão a dita declrasão e obriguasão puseralhe demanda pera anular todo o praso, sou tão largo nisto porque temo a maldade do pero de lião, e a bondade de vm; mas cuida que elles o não arguirão poren se acaso suseder esteja vm advirtido e não se fie delles que he ma gente e an de trabalhar por enganar a vm. quanto ao dro porque he cantidade pode vm diser que o entreguen a gasp a mateus lopes torres e cobren delle letra pera ca mos pagar gaspar nunes seu hirmão e con isto lhe de quitasão e forra vm o trabalho de contar e andar con o dro as costas e alen diso delles sera mais fasil porque como saẽ mercadores encontranse en diversas cousas mto estimara neste contrato aver vm de gajos hũa mea onsa de ambar e mandarmo que esa gente trata nelle e desejo de o dar a hũa pesoa de quẽ espero favor. o lionel de quadros me deu letra pera en sevilha se pagar o dro a hirmão de graviel roiz pardo o que fiz pa que depois de pagalo mo pagar ca graviel roiz pardo descontando os custos da trasida (porque asi me consertei con graviel roiz pardo por não achar outro) e depois de pasada a letra me dixerão mtos males de graviel roiz pardo e asi o e tornei a pegar con lionel de quadros o qual dis que busque eu outren que elle pasara letra sobre quen eu quiser, ando lidando cuido cobrarei o que montou he, são noventa e sinco pezos a 252 - is cada pezo montarão setesentos e quatro reales dos quais pode vm dar la a parte os seissentos reales, e dos sento e quatro lhe darei conta e entrega porque delles se an de pagar os gastos da escritura e trasida do dro de sevilha e as duas caixas de doses que me quer dar, e ben parese que entreven aqui bacharel que são pelois porque por ds ninguen lhes cobrara este dro e tivera o trabalho que tive por menos da quarta parte, e juro a ds a vm que por me cobraren seissentos reales en valhadolid liquidos dou dusentos mas vm dis que he cousa sua mto me pesa não poder ser cerese o que tenho feito neste particular mas vm pedema e he forsado agradalo, fasame m de ver este papel de novas e de fazer pera raquel da costa pera serpa e meter estas novas nelle porque na carta lhe digo que lhos mando e serrado o maso lhe ponha parte aquesta carta pera fernão de magalhais he de don gil ianes da costa presidente do desembargo do paso conven darselhe en mão propria e metase la o cabedal posivel que eu ca farei o que puder peso a vm que me compre tres varas de olanda de cambraia mais fina que possa ser ou pano de rei tão fino que seja como canbrai e que o de a snra izabel d abrinhosa pera que me fasa as larguras que sejão enxame de largo (que he forsado andar con o custume) e mandarme nos masos de cartas as larguras con seu filete e bainha fransesa e venhão no maso de afonso gomes. não me duplica vm a resulusão de sua vinda ca pesame serto por ds que he notavel herro se vm e joão d abrinhosa se não ven ca este verão mas cobreme pro ese dro e despashese ese feito e se asin o não fasen digo que me pode agradeser não lhe diser o nome que meresem venhãose; venhãose desaventurados foscos cativos dos fos de perra de merda venhãose verão esta fermosura que ds criou pera que a lus ca perdoe que estas entranhas falão. tamben se la vir te seis lensois de bon lanso finos e novos que custen te vinte e sinco reales cada compremos e tragamos e pavilhão que custe te dous mil rs de madrid a 24 de abril de 607 gastão d abrinhosa

porque he imposivel crer veja m o mto que me custa aplicarme a cousas de gosto determino não lhe mandar mais novas se vm ten o animo tão folgado que se quer desemfadar ds o ajude que eu não lhe tenho inveja


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