PT | EN | ES

Menu principal


Powered by <TEI:TOK>
Maarten Janssen, 2014-

PSCR1433

1620. Carta de António de Castro Pinto, cirurgião, para Francisco Luís, arcediago.

ResumoO autor suplica o perdão do destinatário. Pede-lhe que o castigue, sim, mas de uma maneira não pública. Está em causa a perseguição que o autor fez aos cristãos-novos de Argozelo.
Autor(es) António de Castro Pinto
Destinatário(s) Francisco Luís            
De Portugal, Bragança, Izeda
Para S.l.
Contexto

Certos indivíduos foram denunciados à Inquisição de Coimbra por terem posto em sobressalto os cristãos-novos de Argozelo, que abordavam alegando serem familiares do Santo Ofício. Os infratores identificados foram o cirurgião António de Castro Pinto, o (meio) cristão-novo e almocreve Pero Gomes, o juiz ordinário de Argozelo, Baltasar Mourão, e Tomé Pires, lavrador. Sob semelhante disfarce, o esquema consistia em arrombar portas e em forçar os cristãos-novos a entregarem os seus bens sob ameaça de prisão.

O juiz de Argozelo defendeu-se alegando ter sido ele próprio ludibriado por António de Castro Pinto, que o convencera de que trazia ordens genuínas da Inquisição de Coimbra. No processo de António de Castro Pinto foram arquivadas cinco cartas redigidas pelo cirurgião e remetidas ao comissário do Santo Ofício, Francisco Luís, ao juiz dos órfãos da vila de Outeiro, João Machado, e ao cura de Argozelo, Jorge Fernandes. Algumas foram anexadas aos autos a 23 de março de 1620 por ordem do bispo de Miranda, ao passo que outras terão sido entregues pelos destinatários.

Suporte uma folha de papel dobrada, escrita nas três primeiras faces e com sobrescrito na última.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Coimbra
Cota arquivística Processo 3084
Fólios 18r a 19v
Revisão principal Raïssa Gillier
Modernização Raïssa Gillier
Data da transcrição2015

O script do Java parece estar desligado, ou então houve um erro de comunicação. Ligue o script do Java para mais opções de representação.

Ao sor ldo frco lois Arce diago e conigo na va comisario do sto offo q des gde e ett

Em outras Onras qissera eu ocupar a Vm e q me fezera ms como sempre mas fez pareçe q a fertuna me tem perseguido trabalhos e fertunas e agora me faltava desgosto q o prençipiei en riso risso e me saio en desgosto q me ten costado alma e a dez dias q não como nen bebo nẽ durmo. estou mto desgosto Permita o sor darme esforço/ os dias passados fui a miranda e da vinda q fez vin hũn meio cristão novo deste izeda per algussedo pa dormir ai por ser tarde estãodo poussados veio ai mançebo e chamou aquele cristão novo q vinha comigo e e ambos me chamarão e me disserão q fosemos dar hũa corimaça a judeu porq eles estavão alvorotados não sabendo quen eu era logo nos conformamos e fomos onde se achou o jũiz do logar e outros tres ou coatro e vendo q fojia nos rimos disso logo o jũiz de sua coriusidade se foi en quasa doutro e vendo q fojia en quamissa estãodo na rua nos possemos a rir per onde eles ẽtenderão a velhaquaria e se forão en quassa do pe chamallo e juntos se forão a nossa poussada onde nos estavamos rindonos da borachada e vendo seu animo pa q me não conheçesen me aussentei per hũa porta fallsa p onde foi neçessario deixar la a egoa allgun fato logo se forão a outro fazer queixume e mãodei busquar a egoa e disserão q se Vm a mãodasse dar a darião per coãto foi embargada naquele acto; Ora Vm me a de Valer pois o pode por quen Vm e e e pelo tenpo en que estamos pois Xpõ perdoou a quen o acussara e pedia ao pe eterno lhe perdoase vm deve ussar comigo de mesiricordia e veja q tenho cinquo crianças e pobre q se Vm vai comigo o quabo e por minhas fas per portas e fiquar desonrado e veja Vm q o q se fez não foi mais q por risso e zonbar dos judeus q bẽ zonbarão de xpo deixãodo contas o q peço a Vm e q se lenbre de minhas crianças pois eu não tive sisso pra rejer q coãodo cuido no q se fez pasmo Vm me olhe olhos de misericordia e me valha pois pode valerme não suõ o portador por me não atrever vergonha pareçermos tenho cõfiança pois Vm en tall feito me pode valler e ser agora rei tall oquassião q eu não fui sso q po gomes de izeda foi o agressor do odio o jũiz d algusselo q eu não sabia allgusselo nen entrei nunqua nele mais q aquella noite q numqua entrara vejame olhos de misericordia q mais serviço de dẽs sera favoreçerme nesta caussa q eixecutar a sentença e nisto tomarei a penitençia q Vm me der como fique eincuberta não enfado mais a Vm mais q fiquar rogando a dẽs pela vida e saude de Vm de izeda e criado de Vm oje 28 de março de 1620

criado de vm Anto de crasto

e isto era chamandome eles fameliar sen me eu nomeiar por tall nen abri porta allgua nen prender ningen q o jũiz te cullpa po gomez deste izeda que ele sabia as cassas e os nomes deles era o prençipall obra ser judeu e como tais lhe derão a sua mula mas thome pis de vinhas dezia asi


Legenda:

ExpandedUnclearDeletedAddedSupplied


Guardar XMLDownload textWordcloudRepresentação em facsímileManuscript line viewPageflow viewVisualização das frases