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Maarten Janssen, 2014-

PSCR0302

1697. Carta de Francisco Álvares Távora, tabelião, para Domingos Rodrigues de Carvalho.

ResumoO autor pede ao amigo que encaminhe um escravo para que faça petição e conte a verdade.
Autor(es) Francisco Álvares Távora
Destinatário(s) Domingos Rodrigues de Carvalho            
De Brasil, Baía
Para
Contexto

Este processo diz respeito a Páscoa Vieira, escrava forra de Domingas Carvalho e de Pascoal de Mota Teles, de 40 anos de idade, natural de Massagano (Angola) e moradora na Baía de Todos-os-Santos (Brasil). Filha dos escravos Manuel e Lucrécia Carvalho, a ré foi casada com Aleixo Carvalho (sapateiro com quem teve dois filhos que faleceram, escravo de de Pascoal da Mota Teles, de 45 anos de idade) e depois tornou a casar com Pedro Arda (escravo de Francisco Álvares Távora) estando ainda vivo o seu primeiro marido em Angola, sendo por isso acusada de bigamia. A denuncia foi feita por Francisco Álvares Távora, tabelião público na cidade da Baía, o qual diz ter sido informado por um primo seu, Luís Álvares Távora e pelo capitão António Machado de Brito, que chegando ambos de Angola disseram saber que a dita escrava era casada em Luanda com outro escravo que ainda estava vivo. Ao saber disto o denunciante disse ter separado logo o casal e ter vendido o seu escravo, Pedro Arda a Fernando de Goes Barros, provisor. Em seu depoimento, a ré diz ter casado segunda vez por andar mal encaminhada com um filho do seu dono. As cartas inclusas no processo foram entregues pelo escravo Pedro Arda, segundo marido da ré, como provas juntas à sua petição contra a mesma. A ré foi presa a 11 de novembro de 1700 e em auto-da-fé de 22 de dezembro de 1700 foi condenada a abjuração de leve, cárcere a arbítrio dos inquisidores, degredo por três anos para Castro Marim, penas e penitências espirituais e pagamento das custas. A 20 de março de 1703 obteve o perdão do degredo em falta.

Suporte meia folha de papel não dobrada escrita apenas no rosto.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Lisboa
Cota arquivística Processo 10026
Fólios 105r
Online Facsimile http://digitarq.arquivos.pt/details?id=2310184
Transcrição Leonor Tavares
Contextualização Leonor Tavares
Modernização Raïssa Gillier
Anotação POS Raïssa Gillier
Data da transcrição2015

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O Dos Roiz de Carvo

Agradeco a vm a mce q me fas eu não quero demanda nem posso descazar este negro fallouse q hera cazada a mer que he mosa escrava aparteios desestou pediome q o desse eu o fis o q elle quis q fui a va de fernão de goiz e me prometeo este dito negro q se averiguasem q sua mer hera solteira me tornava servir. dis q bem aqui duos tesas e huã carta pa mostrar q sua mer hera dezempedida facame vm mce emcamihallo fasendolhe huã peticão de toda a verdade q elle contara a vm pa justificar e dar testas e a carta reconhecida, e se deve fazer peticão ao sr Arcebispo q nomeé juis visto o dito o Pe ser sr do escravo, e feita a justeficação e julgadas a sentença pa q possão fazer vida marital venha deos q eu não quero tomar sobre min esse emcargo e pa a justeficacão e mais gostos darei todo o dro q for necessro eu fico pa servir a vm q Ds gde Caza 24 de jnro 1697

Amo e Catto de Vm Franco A

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