PSCR0109
1556. Carta de João Velho Galvão para Fernão Pires da Nóbrega, deão da Sé.
Autor(es)
João Velho Galvão
Destinatario(s)
Fernão Pires da Nóbrega
Resumen
O autor dá conta ao destinatário de diversos casos que sucederam no Brasil.
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Ao muy Rdo sor ho
sor Fernão Pyz da nobre
ga adayam na se des
ta cydade ẽ lysboa ẽ ca
sa do sor bpo do brasyll
ho sor meu cõpadre
sor cõpadre
despois d o sor bpo he vm serẽ partydos chegou a esta cydade
hũ navyo de ao de tores ẽ o quall tyvemos novas q não havya
de vir gor nẽ navyo dellRey pa ca sẽ prymeyro ser che
gado ho sor bpo q he ja ho q todos os do povo deseja
vam he asym ho Rogavam he pedyam ao sor ds he to
dos tẽ pa sy por hos tẽpos q ca cursaram q chega
reis ao Reyno meado agosto que verya ho sor ds ou
vyr os pequenos e allgũa parte dos gramdes pecolhe
sor cõpadre q me espreva da vyagẽ he chegada ha lys
boa he do q la pasa tudo largamte porq hasym ho fa
rey eu de ca.
Tamto q sor bpo se partyo day ha obra de oyto dias
pouco mays ou menos descobryo ho padre mestre esco[la]
hũa carta q daquy espreveo o cabydo ao cardeall, a
quall carta dyz q levou daquy manoell corea cõ ou
tra pa ellRey he q ẽ portugall falam do manoell co
rea cõ o mestre escola q lhe dyxe manoell corea q leva
va hũas cartas do sor bpo he cabydo -s- hũa pa ell
Rey e outra pa o cardeall he q deu a do cardeall
ao padre mestre escola pa q lha dese e a dellRey q he
le manoell corea ha darya he o padre mestre escola
tomara a carta do cardeall he vemdo q o cabydo
lhe não esprevya nẽ lhe mãodava dar as cartas q ha
a buscara he a não quys dar ao cardeall he a trou
xe he despoys de o sor bpo ydo ha amostrou hao
ao tysoureyro amto do rego he a xpovam d aguyar
e ao padre thro da se e ao mestre da capela he a deu ao
gor segũdo me dyxe ho padre vygayro gerall q ho gor
lha mostrara. ha quall carta dyz q dyzya q ho gor
cõsemtya q desem espadas aos gẽtyos he q sua
casa hera couto de bragamtes he tafus he molhe
res casadas he de dya he de noute harenegavam
he brasfemavam de ds he dos seus samtos a quall
carta dyzẽ q tornou ha mão do mestre escola he q ha
rompera. de q ho gor fez pytysam ao vygayro gerall
decraramdo nela as cousas q dele dyzya na carta
requerẽdolhe q madase aos padres q nela estavam ha
synados q testemunhasẽ he se desdysesẽ ao q ha
cody eu ao padre vygayro he lhe dyxe q oulhase bẽ es
te negocyo e q não hobrygase os padres ha testemu
nharẽ he tambẽ me dyxe symão da gama q lho dyxera
de maneyra q ho padre vygayro dyxe q os não havya
d obrygar. he pergũtaram se pela pytyçam xpovam
d aguyar he amto do Rego he luys baReyros he o mestre
escola ẽ ho quall to cõfesa trazer a carta e q se
lhe abryria no mar e q a não quyzera dar ao carde
all e q ha mostrara as pas q dygo. he tornãodo eu
a falar cõ o vygayro me dyxe q o gor ho trazya
muy preseguydo q hobrygase os padres a testemu
nhar. he eu lhe torney ẽtam ha dyzer q se guarda
se dyso he q não tyvese de ver cõ mays q cõ ds
he ellRey q o ca mãodara he cõ ha Repubryca
porq cõ estes avya d estar bẽ he lhe avyam de dar
ho galardam por fazer justyça e não a vomtade
do gor mto mays ha q dyzer neste negoçyo q vm po
de allcamsar pelo q lhe merese he temdo ho vygayro
esta prova na sua mão ho não quys prẽder pa mãodar
Recado ao sor bpo he cardeall he ellRey pa q de la ve
nha q va paguar ha ẽgratydam q tẽ ao sor bpo
se lho não esprever o cabydo ou outra allgũa pa porq
ja ho cabydo ho tẽ lamsado fora de ẽtrar cõ elles acaby
he come a mesa do gor he so o mestre escola habebe vynho
a mesa he não tem nhũ areseo do q tẽ feyto porq de
tudo lhe fazẽ bom tyralo.
tambẽ veo haquy ter hũa nao das q yam pa a ymdea
he o padre allvo amtunes pedyo lyçẽça ao vygayro ge
rall pa se yr nela como de feyto lha deu he se vay pa
ymdya. dyxeme o padre vygayro q lhe avya de pe
dyr as letras pa as mãdar ha ellRey pa prover
a conesya. he tambẽ me dyxeram q as deyxava a
po rico pa q o provesẽ na conyzya he como eu sey des
tes negoçyos ha verdade do sor bpo não quero ou
tras letras senão as q ho sor bpo me fyzer merçe
he lhe esprevo me queyra fazer merçe de me por esta
conysya ẽ amto he mo queyra nomear a ellRey es
ta conysya pa q ellRey o apresemte he SS ho cõ
fyrme he eu mãodaRey de ca a SS ho seu q lhe
vem da cõfyrmasam quer ẽ dro quer ẽ açuquar
ho q peço ha Vm q neste caso tenha mta vygya he
o peça ao sor bpo da sua parte he lhe apresẽte es
ta pytyçam he do q pasar façao asaber a sora
mynha cunhada he peçolhe q não fyque por sua par
te ho q eu tambẽ farey ca no q me mãodar. eu
he sua comadre beyjamos as mãos ha Vm duas myll
vezes he fycamos de seude rogando ao sor ds q
hajude ha Vm he lhe bõns despachos nos seus negoçyos
he nosos desta cydade do salvador aos oyto d a
gosto de JbcLbj anos
de seu cõpadre he servydor
Jom velho gallvam
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