PT | EN | ES

Menú principal


Powered by <TEI:TOK>
Maarten Janssen, 2014-

PSCR0647

1756. Carta de José da Costa Martins para o seu pai, Luís da Costa Martins, negociante.

Autor(es)

José da Costa Martins      

Destinatario(s)

Luís da Costa Martins                        

Resumen

O autor relata detalhadamente ao pai o que aconteceu em Lisboa durante o terramoto de 1755 e refere-se ao pós-terramoto como uma oportunidade de criação de rendimento. Como o pai era negociante, aquela seria uma boa altura para regressar a Portugal, para junto da sua família.
Javascript seems to be turned off, or there was a communication error. Turn on Javascript for more display options.

J M J Lxa. 15 de fevereiro de 1756 as

Meu Pay mto da minha Veneracão, Na minha Alma mto estimo e minha May que a Vmce, ache estas, Limitadas Sifras, com a Saude que Vmce dezeja e Nos dezejamos a nosa tam bôa que tendo nos o grande Sentimto da falta da sua notiçia, pello, Cuidado que temos tido, Nos sobrebeyo O Grande Tarramoto, de Sorte, que, ficou, toda a sidade de Lxa., ARazada, e isto não hera nada se não fose, o fogo, quinze dias, do Roçio athe Palaçio e athé a boa Vista, e athé o chafariz, de El Rey; finalmte morreo duas partes de jgente, desta Grande, e tam Nober, Corte, isto não, ahinda nada para o que se segue, pramte, os homens de, Negosio quaize todos não , perdidos, porem chegarão, alguns a pedir, esmolas, sem lhe ficar, huma Camiza, e toda a gente fugindo para os Campos, e dor-mido. vistidos sober a terra, mais de dous mezes isto mta gente, que nunca sairão, de Caza; todos os bons templos Conventos e fergezias tudo veyo a terra, somte São Sabastiam da pedreira ficou em pêe, e alguma irmida, porem aRuinadas de sorte que estamos ouvindo missa Nos Campos em Barracas, porque Ds Nosso Snr nos não quis na sua caza, pellos dezacatos que se fazião, e para mayor pena a igreja de N Snra da Penha de frança e honde moReo mta jgente, e sendo o dia, de todos os Santos pellas nove oras e meya da manhâa que estavam as Igrejas, todas cheyas de gente para se confeçarem por ifeito do Jobelleo; Vmce saberâ que, a gente toda estâ aBaracada pello Campo do Corel e pello Rapto e pello Campo de Santa Clara athe a graça, e pella fontinha e por quitas; os fidalgos a mayor parte, delles mto pobres que se quimou, todas as cazas suas, e de Rendas, as freiras todas pellas Ruas o dezemparão, o que nunca se vio nem se verâ, o Noso Rey e pesoas Reais tambem da mesma Sorte, porque o aVizo de Ds Veio para todos, de sorte, que se não, deviza mais o Rey dos fidalgos nem os Dezembargadores nem o Nober nem o maca-nico, dos pobres tudo agora sam pobers porem tem havido mtos Ladroens e aCa-baraose as demandas, e isto chegou a mtas partes, setuval toda aRazada, pinhixe e cascais e finalmte, tudo em mourama sertamte em huma mão de papel, não conto os susedidos, para que Remeto a Vmce os papeis, que melhor, mostrarão a verdade, de tão grande Lastima e compaixão, isto foi bom pa os Os prezos e prezas o mais ficarâ para a Vista. Como agora esperamos.

Meu Pay Agora que fazer, Negocio Nesta Corte Com bem pouco dinheyro alguma gente que se lhe não quis queimou o seu Remedio tem feito altissimo Negoçio nesta Corte tambem dou parte a Vmce, a grandeza, de Ds que tam bom que nos tem dado mta fartura, tudo Barato como temos experimentado todos os dias e malquerensas, e mulheres que não fazião Vida, com seus maridos tudo estâ na garsa de Ds e todos muto tementes pelo que, virão com os seus olhos e a vista desta veja vmce, como não havemos de andar Com Ds, pellos amiasos q Com que Continuamte nos estâ mostrando a vista dos olhos que de contino estâ tremendo a terra Louvado seja Ds para sempre

Meu Pai Vmce mto bem sabe o Como Nos poderemos estar e o, que temos pasado não sey se diga, que Vmce nos tenha perdido o amor, por expirimentarmos quando mais não fose ao menos Letras suas veja o dezemparo Como asima Relato e a sua falta, pelo porque eu pella Bondade de Ds, não mereso a sua falta porque semper o fes como Vmce me dezeja e minha, May porem nem asim lhe mereso a Vmce aquelle sinal de Pay, pello que, expirimento mas não por falta de estarmos Continuamte Rogando a Ds, e a Marria Santisima, por Vmce, para que nos fasa partisipante da sua vista que, , o que mais dezejamos, porem Vejo que Vmce, não terrâ ese ese gosto esteja Vmce serto que eu nunca hei de faltar Como filho obidiente, e Vmce, farâ co-mo Bom Pay pois asim o esperamos Meu Pay Nos estamos Na calsada de Sta Anna na botica defronte de N Snra da penna eu estou com o tio thomas Como lhe mandey dezeyr athe qdo Ds for servido, e Vmce detriminar; não, Se esquesa meu querido Pay de me lansar a sua Bensoa para que Ds me, Continue com a mesma, asistensia como athê agora, e saiba meu Pay que são mais as lagrimas destes meos olhos ao fazer desta, que a propria tinta destes meus erros, porem se Ds perdoou a tantos que o oufenderão qto mais perdoarâ Vmce a mim falto de sua asistensia pella falta da sua doutrina porem como de Vmce espero o perdão, de Ds Noso Snr lhe todas as feliçidades Como Vmce dezeja e eu, etc

Deste seu filho que mto lhe quer e ama athe a morte Jozé, da Costa, Miz

Leyenda:

ExpandedUnclearDeletedAddedSupplied


Download XMLDownload textWordcloudFacsimile viewManuscript line viewPageflow viewVisualización por frase