Araújo Guimarães, amargurado, informa Cunha e Oliveira acerca do estado dos seus negócios.
[1] | esplicação de manoscrito, não tenho mais
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[2] | que lhe
dizer só sim que já me dezeja
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[3] | va ver nessa a salvamento a ver se te
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[4] | nho mais saude pois só Deos o sabe co-
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[5] | mo eu tenho
passado, e sofrido com estes
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[6] | Diabos; o Senhor Aguerroolarte não
me
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[7] | tem faltado com couza alguma quando
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[8] | assim assucedesse tãobem não me
de-
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[9] | morava hum só instante. Segundo me
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[10] | consta que para as
tresentas não handa
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[11] | muito Longe por via das dezigualdades
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[12] | tanto de huns,
como de outros foi esta
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[13] | a grande encomenda que o Amigo fez, e eu
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[14] | metido
nesta Diabrura até chegar a Lis
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[15] | boa todos os
dias são facadas mortaes, e
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[16] | eu não sei o que lhe faça pode contar
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[17] | até ahi
chegar com £ duzentas seten
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[18] | ta e cinco, que lhe faça muito bom pro-
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[19] | veito os officiaes que trabalhão he lhe
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[20] | persi pagar
extraordinario desde as se
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[21] | is horas da tarde até as nove da noute
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quando não era encomenda para a-
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[23] | té o fim de
Jo Deos permita assim
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[24] | mesmo que tal assim me
não assu
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[25] | ceda, os bons officiaes como já lhe dis
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[26] | se
assim como com a festa da Be
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[27] | bedeira, como com as muitas encomen
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[28] | das fazem pouco cazo só a poder de di
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[29] | nheiro. Tem me
dado cuidado a minha
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[30] | familia porque me não tem escrito
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[31] | eu espero em Vossas
merces que na
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[32] | da lhe tenha faltado, aDeos até hum
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[33] | dia sedo, o meu
Amigo para o outro
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