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Maarten Janssen, 2014-

Linhas do facsímile

1822. Cópia de carta Inácio José Brilhante, marchante, para seu irmão Francisco Brilhante, marchante.

ResumoO autor protesta em relação à desconfiança que os irmãos têm dele.
Autor(es) Inácio José Brilhante
Destinatário(s) Francisco Brilhante            
De Portugal, Santarém
Para Portugal, Lisboa, Rua dos Fanqueiros
Contexto

Inácio José Brilhante acusou os seus irmãos mais novos, João Brilante e Francisco Brilhante, de terem roubado de uma quinta, na noite de 14 de abril de 1823, 41 cabeças de um gado bovino seu. Além do gado, teriam roubado 256 couros de boi, 191 peles de carneiro e 40 arrobas de lã. No entanto, o processo revelou-se muito mais complexo, já que os réus afirmaram que o gado era deles, bem como o negócio da marchanteria, sendo Inácio José apenas administrador. Este defendeu-se dizendo que era curador dos dois irmãos. As cartas aqui transcritas serviram de prova tanto para a acusação como para a defesa: a acusação afirmou que foram escritas quando os três ainda se relacionavam harmoniosamente, por isso nada provariam, nem confeririam títulos de propriedade. A defesa, por seu lado, alegou que nas cartas era notório que Inácio era um simples administrador das terras dos réus. O processo, que tem 375 fólios, durou de 1823 a 1825.

Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Casa da Suplicação
Fundo Feitos Findos, Processos-Crime
Cota arquivística Letra F, Maço 12, Número 18, Caixa 28, Caderno 1
Fólios 46r-47r
Socio-Historical Keywords Rita Marquilhas
Transcrição Ana Rita Guilherme
Revisão principal Rita Marquilhas
Contextualização Ana Rita Guilherme
Modernização Rita Marquilhas
Data da transcrição2007

Page 46r > 46v

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Santarem vinte e oito de Maio de mil oitocentos vinte

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e dois. Recebo a tua e vejo que podes prontefi
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car ao Prior o que pertende aqui muito estimo, fico
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siente de que escreveste a João a fim de que mande as
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Vacas, e pelo que pertence aos Bois de Cabestro digo
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de cabresto vierão e por isso torno a repetir que
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não são caros mas sim carissimos, porque não
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ha Homem algum que de o dinheiro por elles
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e murrendo poderão Vender treze ou quatorze
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moedas e vista disto são baratos, isto me custa porque
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dezejava voces percebecem nas coizas de
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que me encaregão as maiores vantagens;e
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he este o motivo, e não porque entre na minha
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imaginação que voces procurão estes ou outros
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meios de se acinhorarem digo de se asenhorarem
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daquilo de que eu estou de posse por se percuadi
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rem que eu lhe chamo meo, não isso por
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que estou bem serto que estão Senhores de que
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eu digo de que so era hum simpeles Adme
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nistrador deste ramo o que com bem eficacia te
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fis ver esta fazendo hum anno no Passeio
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publico, e como inda hoje estou dos mesmos
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sentimentos he por isso que me não desdigo
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nem nunca me disdirei,e por isso te digo que
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aqui so figuro de hum Seo Admenistrador,isto
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emquanto voces quizerem porque em Se per
[27]
cuadindo do contrario, a que eu lhe destrou al
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guma coiza venha hum o outro tomar conta
[29]
da Caza que eu Saio pronto sem que me fi
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quem os Olhos em coiza alguma por lhe ter
[31]
amor proprio de meo porque nada quero

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