O autor lista as diligências que tem tomado no negócio de gado que a família detem e dá instruções ao destinatário sobre como agir no mesmo negócio.
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João, Santarem doze de Dezembro de mil oitocen
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[2] | tos e vinte, Recebi a tua de sinco do corrente, e por ella
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[3] | vejo que passas bem o que estimo e vendo o teu contheu
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[4] | do sou a dizerte que os dez Bois que agora me re
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[5] | metes esccozavas e por isso to tinha já mandado di
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[6] | zer mas como vem cá se gastarão, e agora só me
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[7] | deves mandar mais a primeira semana de Ja
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[8] | neiro que he quando percizarei de Bois porque
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[9] | eu fui a Santo André e comprei dezaseis e destes
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[10] | ainda tenho dois e dos que tu me remeteste só
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[11] | tem morrido dois por serem muito mimozos que
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[12] | estranhavão muito, á vista disto tenho gado
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[13] | para este mez e só deves mandar para prince
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[14] | piar a morrer a primeira semana do que vem
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[15] | eu tãobem aqui comprei na feira dez e são bons,
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[16] | não me dizes o custo dos dez Bois que agora reme
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[17] | tes para mandar o dinheiro para baxo man
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[18] | da dizelle porque não quero contas atrazadas,
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[19] | Ora eu Julgo Francisco te ha de remeter huma
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[20] | ordem de Veloso para reçeberes dinheiro em
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[21] | Cantanhede e por isso me Lembro que faras a
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[22] | feira da Oliveirinha adonde me deverás com
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[23] | prar quatro Bois da soga porque estou sem
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[24] | hum Boi de trabalho porque seis que truxe
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[25] | do santo Andre e dois que tu compraste
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[26] | na Oliveirinha quando daqui foste os mandas
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[27] | te para Lisboa os quaes te custarão dezoito
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[28] | e meia que mo disse o Souza dos Pinheiros,
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[29] | estes tireios eu no Alto da Serra aos Mossos
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[30] | e vendios aqui Domingo por vinte e huma
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[31] | e tres quartas e deste modo estou sem Bois
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[32] | de trabalho e por isso deves mandar os dittos
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