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Maarten Janssen, 2014-

Linhas do facsímile

1766. Carta de Lourenço Guedes de Sousa Pinto Mourão para o seu tio António Borges de Fonseca e Sousa.

Autor(es)

Lourenço Guedes de Sousa Pinto Mourão      

Destinatário(s)

António Borges de Fonseca e Sousa                        

Resumo

Lourenço Mourão escreve ao seu tio a denunciar umas curas que Catarina Margarida andou a fazer em sua mulher e criados.
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[1]
Tyo serurgião q a ensinara a fazer enplastos, e remedios, faz fumos
[2]
a gente e as cazas, e loges com inçenço, imxofre, alecrim e loureiro
[3]
salva ruda, artemige, açintro, sal, e sera e q se ponha de ca
[4]
da lado das portas principais das cazas sua silva macha. e vai
[5]
hua noute de sabado das des pa as onze horas ao Campo tocar hua canpainha
[6]
e leva as tranças das pernas, e a fita dos calçois dos homens, e das mers o cor
[7]
dão, e attilhos das saias, e prende isto o vadallo da Campainha qdo
[8]
a toca, e dahi corta tudo com hua tizoura mto miudo, e o enterra ali
[9]
em hua buraca, e dis então q as Bruxas as amofina nisso e hão de hir
[10]
pa o inferno q nisso desfazia os feittiços. e na noute de mesmo sabado vai á
[11]
segunda pouza do gallo a duas ou tres inCruzilhadas, com as pessoas
[12]
q tem mal, cemeada hua dizem huas oraçoes, e leva pa cada pe
[13]
ssoa arco de hua silva macha com os picos cortados, e meteo pella
[14]
cabeça, ate o chao, e dahi se tira a inpia delle saltando pa deante, e
[15]
fazem tres couzas com elle na terra, e vaiçe pello meyo dellas pa de
[16]
ante. e diçe boas pallavras e q fiquem naquellas emCruzilhadas
[17]
bruxas, e feiticeiras etc e q sem olhar pa tras se vai a gente por outro
[18]
caminho. e diçe q se arnega o Demonio, e Renunçia o Pacto, e aBre
[19]
nuçio arnego o demonio Jezus cristo. e atiraçe na ultima o Ar
[20]
co da silva pa tras das costas, e q assim ficavão desfeittos os feitiços
[21]
e dezia tinha medo de ir o sto offiçio outra ves não queria que
[22]
a denunçiaçe e diçe lhe chamavão caterina Margarida nal
[23]
do Alentejo. e lançava enplastos pa a espinhela da botica
[24]
mandava vir os remédios, e pa tudo dezia era intendida, e todas
[25]
as Pessoas se achavão logo milhor e ma mer se achou logo bem
[26]
e sua cra chamada Luiza nal de Campo, mas Cro Clemente
[27]
não se achou bom. eu sempre não estava bem inteirádo de q
[28]
tinha obrigação de dar pte, maz desconfiava da mer inda que
[29]
pareçia boa mezinheira, e com o caco dos fumos fazia cruzes, e de
[30]
zia oraçois, e os fezia deitar as Pessoas qdo se defumavão e pareçião
[31]
sempre soube de certo tinha obrigação de dar pte em 30 dias assim a dou

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