Resumo | O autor esforça-se por manter a relação de amizade com Diogo Duarte, afetada por divergências comerciais. |
Autor(es) |
António Fernandes
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Destinatário(s) |
Diogo Duarte
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De |
Flandres, Antuérpia |
Para |
Portugal, Faro |
Contexto | O mesmo maço inclui outras cartas vindas na mesma altura da Flandres, em que se discutem diversos aspetos do comércio que passava por aquela feitoria. Do mesmo conjunto podem extrair-se diversos nomes de intervenientes, seja dos autores sediados no norte da Europa, seja dos seus destinatários, espalhados por diversas praças portuguesas. Entre estas praças está, naturalmente, Lisboa, mas também Tavira, Faro e Funchal. Entre as mercadorias mencionadas estão: azeite, lãs, trigo e espadas. Também se discutem questões de câmbios, o impacto no mercado da escassez ou fartura de certas mercadorias, dívidas comerciais e até assuntos familiares.
Esta carta integra a coleção Corpo Cronológico, fundo documental à guarda do Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Trata-se de uma coleção principalmente composta por documentação de cariz judicial e administrativo, que abarca o período entre 1161 e 1696, à qual foi acrescentado um vasto conjunto de material disperso na sequência do terramoto de 1755. A datação dos documentos é critério principal de organização do corpo Cronológico, assim chamado pela mesma razão.
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Suporte
| meia folha de papel escrita no rosto e com sobrescrito no verso. |
Arquivo
| Arquivo Nacional da Torre do Tombo |
Repository
| Corpo Cronológico |
Fundo
| Parte I |
Cota arquivística
| Maço 72, Documento 20 |
Fólios
| [1] |
Transcrição
| Tiago Machado Castro |
Revisão principal
| Rita Marquilhas |
Contextualização
| Tiago Machado Castro |
Modernização
| Raïssa Gillier |
Anotação POS
| Clara Pinto, Catarina Carvalheiro |
Data da transcrição | 2012 |
[1] | de 5 de março por omde
me diz como nõ quer Receber o trigo q lhe mãdo neses
bretois e outra
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[2] | cousas a q por esta farey
Reposta. ora depois Receby cartas de 29 de Mço de
Joã Roiz
por
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[3] | õde vejo como luis vaz ẽtregou os ditos 12
lastres a hũ homẽ polos nõ entregar ha
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[4] | justiça ao
qll digo q niso se
fara como for Rezã e porẽ milhor parecera q
vm as
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[5] | Recebera e se ãtre nos avia deferemça eu
lhe prometo q quãdo me custara 20 ls
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[6] | de mimha
casa q por soster sua amizade nũca sobre iso tomaramos
juizes
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[7] | porẽ todos tã quẽtes todos os desta naçã q
nã esperamos Rezã e pola mayor
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[8] | parte sempre heRamos e asy ãdamos como merecemos
e nã bastou isto senã a
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[9] | imda ãdar defamãdo de mỹ como
q lhe Roubara ho seu e mais a traer os homes
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[10] |
pa
q me nã mãdasẽ suas
fzdas e
q as mãdasẽ a giles e
outas cousas de
q
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[11] | ẽ Vdade nã ganha
nada porq ẽfim das maas e das boas como la diz ẽ
toda
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[12] | a terã fose das novas e
quãdo algũa fortuna vem eu sey quẽ ajuda e vos
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[13] |
snõr estais de lomge e julgais sẽ saber
ho q pasa e bẽ bastara pois asy he a
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[14] | vosa vomtade
mãdardes lhe ho voso e deyxar os outos ẽ paz posto
q a ds
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[15] |
gracas nã vivo destes negoçios e lhe prometo q me dã a
ganhar dinho e porẽ por
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[16] |
q as jemtes nã cuydẽ q
homẽ lhes faz torto me pesou do q soube e pode
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[17] |
ser que se aRependã porq se caso he
q se ha eRado nese bretã de bordas eu
sã
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[18] | homẽ
q nas outas
cousas q mãdar ho ẽtẽderei queremdo noso
sõr asy q
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[19] |
digo outa vez me pesou
mto quebrar comigo por tam pouqa cousa e mais
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[20] |
estãdo eu bẽ inocemte de saber ho q se avya feyto e
comtado digo q
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[21] | se fara ho
q for rezã comtãto
q vos sor recebais
estes 12 lastres por
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[22] | que eu serey comtemte q
ouvira de minha rezã q la julgo
no vaz e
ao vaz e
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[23] | do
q eles mãdarã nõ falarey mais palavra e
vm receba estes se mãdar
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[24] | e fiqemos bos amiguos
como de ãtes e comfye ẽ mỹ que sã homẽ pa lhe
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[25] |
dar a ganhar mays do
q iso
porq nã e ẽtam ẽtresale como iso e neste
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[26] | caso eu lhe queira muito dizer porq ãtre amigos e por tã
pouqa deferẽça
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[27] | nõ ha mester tantas palavras e mais deve de olhar
q
como lhe mãdei
outo
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[28] | ẽ q
ganhou Co por Co e asy
pode vir tempo ẽ q todo se ẽmẽdara e senã
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[29] | sera
nas ẽpregas das mcadas e quãdo não seja como elle
mãdar
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[30] |
quãto aos seus quartos d azeite nã sã vemdidos por
aV
mto na terã e se forã
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[31] | graxos ja forã vemdidos
porẽ nẽ sã graxos nẽ pa comer e
po isto se
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[32] | nã tem vendido cõtudo elles se
venderã e do proçedido queremdo ds se lhe mãdara
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[33] |
cousas ẽ q nã pcaq neste caso nõ digo mais somte
lhe Rogar q nã aja
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[34] | ãtre nos deferencas
porq eu lhe prometo que niso nã
pqua nada comigo por
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[35] | que dã ho
castanho nã menos ey mester nada do seu a ds gracas
somte
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[36] |
d estar ser
amigo
q se me fose mester negocear algo nesa terã
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[37] |
terei ẽ vomtade de lho Remeter como
elle faz a mỹ e a hũ e a outo sera proveito e
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[38] |
porq cada lhe
stpverei nesta nõ digo mais
somte
q o noso
sñr ho tenha
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[39] | sempre ẽ sua
guarda.
a So de vm
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[40] |
ãto
frz
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