| Resumo | O autor dá ao pai notícias da sua família e das muitas saudades que tem de todos naquela terra. |
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| Autor(es) |
Álvaro Rodrigues
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| Destinatário(s) |
Pero Luís
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| De |
Inglaterra, Londres |
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| Para |
Portugal, Tavira |
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| Contexto | O mesmo maço inclui outras cartas vindas na mesma altura da Flandres, em que se discutem diversos aspetos do comércio que passava por aquela feitoria. Do mesmo conjunto podem extrair-se diversos nomes de intervenientes, seja dos autores sediados no norte da Europa, seja dos seus destinatários, espalhados por diversas praças portuguesas. Entre estas praças está, naturalmente, Lisboa, mas também Tavira, Faro e Funchal. Entre as mercadorias mencionadas estão: azeite, lãs, trigo e espadas. Também se discutem questões de câmbios, o impacto no mercado da escassez ou fartura de certas mercadorias, dívidas comerciais e até assuntos familiares.
Esta carta integra a coleção Corpo Cronológico, fundo documental à guarda do Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Trata-se de uma coleção principalmente composta por documentação de cariz judicial e administrativo, que abarca o período entre 1161 e 1696, à qual foi acrescentado um vasto conjunto de material disperso na sequência do terramoto de 1755. A datação dos documentos é critério principal de organização do corpo Cronológico, assim chamado pela mesma razão.
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| Suporte
| uma folha de papel dobrada escrita nas duas primeiras faces. |
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| Arquivo
| Arquivo Nacional da Torre do Tombo |
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| Repository
| Corpo Cronológico |
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| Fundo
| Parte I |
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| Cota arquivística
| Maço 72, Documento 11 |
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| Fólios
| [1] e [2] |
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| Transcrição
| Tiago Machado Castro |
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| Revisão principal
| Rita Marquilhas |
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| Contextualização
| Tiago Machado Castro |
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| Modernização
| Raïssa Gillier |
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| Anotação POS
| Clara Pinto, Catarina Carvalheiro |
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| Data da transcrição | 2012 |
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| [1] |
ẽ azamor e de
caminho pera aiamomte e por ser tão perto desa cidade
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posto que
outras a vm aja escrito mais larguo comtudo fiz esta
avẽtura |
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se aimda o toparia ẽ fframdes
porque sei folgara
senhõr de saber de mĩ novas |
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amiude aimda
que eu o mesmo dezejo tenho e porem não sei se o
cauza de semdo |
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| [5] |
de meus irmiãos se terẽ pouca vomtade de m escrever que seis mezes o pouco menos |
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| [6] |
ha
que estou nesta cidade afora tres
que pelo mar ãdei e ẽ todo este
tempo |
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| [7] |
não ey visto mais
que huã soo carta de fernão luis de
sua letra e synall |
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e não por falta de navios que
cada oito dias vem a framdes de
lixa
muito |
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lhe emcomemdo que
o não faça asym mas ãtes m escreva por via de
lixa
que |
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de comtino ai pasagẽ ou pera
outra
qualquer
que souber pois he serto quãto |
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| [11] |
com sua carta
folguei. Eu senhõr nesta não tenho novas
que de mi lhe dar |
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mais
que fazer lhe saber louvado
deos ficar de saude eu e minha molher e
filha |
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e
alvaro
que a mais companhia esta ẽ
framdes como per outras tera
sabido posto |
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| [14] |
que diguo ficar de saude he asym e bem desposto porem
serto que ẽ estar soo |
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| [15] |
nesta cidade levo tãto
desgosto que cada dia se me faz hũ ano minha |
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| [16] |
detemça he esperar recado de la de sua alteza pelo omẽ
que daqui mãdarão |
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| [17] |
pera saber cada hũ de nos quẽ
he roguo a deos venha bõm recado ja gora |
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| [18] |
daqui
por diamte cada dia esperamos
por ele parecenos que não deve tardar |
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| [19] |
muito
daqui foi apenas dias hũ fernão rodriguiz
que ẽ minha companhia veio |
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d azemor folgaria que se vise com
algũs de meus irmãos pera que de mỹ lhe |
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| [21] |
de novas
ele me levou cartas pera vm as quais creio tera avidas
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| [22] |
porque ẽ sua mão yão a bom recado com ele
tãbem tornei outra vez |
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| [23] |
a escrever a
francisco gomez oulhase la se
me podia ẽ alguã cousa aproveytar |
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| [24] |
não sei se tomara diso carguo e prazeria a
deos
que não sea necesario e |
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| [25] |
depois
senhõr de ser ida daqui minha companhia pera
framdes veio ahi |
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ter menezes o
d
azamor e o cazarão cõm minha cunhada mecia
rodriguiz rogo |
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| [27] |
a
deos seja per bem folgei muito por me desa livar
mais senhõr nesta não |
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| [28] |
tenho
que lhe dezer salvo
que vivemos com dezejos de ver qa cousa
minha que me |
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| [29] |
acompanhe pera
que algũ tãto menos saudade tivese de
vm
porque cada dia |
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se me dobra seu dezejo roguo a
deos nos a tãto pera bẽ õde ele for servido |
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| [31] |
eu e minha molher e filha nos ẽcomẽdamos
muito ẽ bẽcão de
deos e na vosa e da |
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| [32] |
senhõra minha dona e ẽ merce do
senhor meu irmão marcos gomez e da
senhorã minha |
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| [33] |
irmã mil vezes nos ẽcomẽde e
asỹ ẽ amor de meus irmãos a que não |
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| [34] |
escrevo
por esta partir
muito depreca que pera
escrever a vm no mais tive |
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| [35] |
lugar a
ãtonio vaz e lopo
mẽdez e catarina luis
que saudade de todos nos |
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| [36] |
fazem cada dia deitar
alguãs lagrimas a todos culpo muito não m escreverẽ |
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| [37] |
folgaria de saber se vimdo ãtonio vaz de
canaria e lopo mẽdez de
mazegão |
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| [38] |
quãto a nossas comtas muitas vezes lhe ey escrito sobre
iso nesta não
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| [39] |
lhe digo mais que tornalo a ẽcaregar
me proveria cõm o que la tiver de |
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