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Maarten Janssen, 2014-

Linhas do facsímile

1623. Carta não autógrafa de Dom Luís da Gama para o seu irmão, Dom Francisco da Gama, 4º conde da Vidigueira.

ResumoO autor dirige-se ao seu irmão, vice-rei da Índia, comentando diversos assuntos relativos à defesa daquele estado e às circunstâncias do seu cativeiro no reino de Nápoles.
Autor(es) Dom Luís da Gama
Destinatário(s) Dom Francisco da Gama            
De Italia, Nápoles
Para Índia, Goa
Contexto

O fundo Miscelânea Manuscrita do Convento da Graça é composto neste momento por 23 livros. Reúne em si diversos conjuntos de correspondência original, trasladada e documentação oficial. Desconhece-se a data de entrada desta documentação na Torre do Tombo e a sua história custodial e arquivística não está definida. O tomo de onde se retirou a presente carta tem por título "Cartas originais do Cardeal-rei, dos Filipes e de Diogo do Couto, etc. com outras de alguns reis da Índia para o Conde da Vidigueira".

Dom Francisco da Gama foi o 4.º conde da Vidigueira e foi por duas vezes vice-rei da Índia, a primeira vez nos anos de 1597-1600, destacando-se a anexação da ilha de Ceilão à coroa portuguesa como principal feito. A segunda governação ocorreu entre os anos 1622 e 1628 e, em virtude desta, Dom Francisco da Gama caiu em desgraça perante a coroa. Quanto a Dom Luís da Gama, autor da presente carta, serviu no Oriente durante a primeira governação do seu irmão. A acção militar sobre Cunhale foi mal sucedida e valeu-lhe uma devassa régia e o regresso ao reino em ferros.

Suporte duas folhas de papel dobradas escritas em todas as faces.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Miscelânea Manuscrita do Convento da Graça
Fundo Livro 3 (cx.2)
Cota arquivística Páginas 475-478
Socio-Historical Keywords Tiago Machado de Castro
Transcrição Tiago Machado de de Castro
Modernização Catarina Carvalheiro
Anotação POS Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Data da transcrição2013

Page 475r > 476v

[1]

[2]
meu irmão Como tem faltado as minhas cartas a VS he rezão q lhe de a causa
[3]
por q lhe não pareca q foi feito adrede e assĩ he necesso dar conta de mỹ. desd antes q VS se partisse de Madrid, o Pe Nuno Mascarenhas me escreveo
[4]
de Roma em Xbro de 621. q VS estava nomeado V Rey da India, logo mandei
[5]
tomar hũa falua pa mandar criado, mas foi o tpo tal que não pode partir
[6]
senão a 14 de Janeiro e por mais diliga q fes tomando Postas de Madrid
[7]
pa lisboa. não pode chegar senão depois de VS partido tres dias, o que sinti mto,
[8]
p tra tenho escrito algũas a VS mas em duas q tenho suas, hũa de Mocã-
[9]
biq outra comecada em Cochim, e acabada em Goa me não dis VS q lhe
[10]
foi dada algũa; Mto me alegrei de saber a boa saude q VS ficava
[11]
premita Deos conservarlha mtos annos mtos beĩs como VS deseja
[12]
[13]
Grande pesar tenho da perda das naos em q VS foi, foi grão desgraça ha-
[14]
vendo peleijado tanto valor, perderẽsse na entrada de Mocãbique, se tive-
[15]
ra liberde logo me fora a corte porq entendo fora de efeito; assĩ pa os mnros en-
[16]
tenderem como da parte de VS se fes tudo o que comvinha como pa se lhe mandar
[17]
o socorro de q tem tanta neceçide, mas ha quinze mezes e mo que estou preso neste
[18]
castello. e havendo onze q sua Mage respondeo a Memorial meu q dando
[19]
fiança de des mil crusados. se me tornasse minha fazenda e papeis que se me tem
[20]
tomado/ fosse solto e me aprezentasse em Madrid, per competencia do comisso
[21]
de estado de casta o de Portugal. não sou solto. nem sei qdo se resolvera a quem
[22]
toca mandar esta ordem. / pa o ser; se VS se lembrava de mỹ como era rezão
[23]
e lhe eu mereço não paçara eu este trabalho. e VS tivera quẽ acudisse as suas cou-
[24]
zas como convinha. Mas pa o q eu mereco por meus pecados inda isto he pouco;
[25]
seja Deos louvado com tudo; o modo da minha prisão tera VS sabido plas cartas
[26]
da sra Conda q as q eu escrevia a VS chegarão depois de partidas as naos, E
[27]
po isso me antecipo tanto nesta. por q lhe não aconteca o q as outras
[28]
[29]
A Prevenção q VS fes em mandar o Galeão de secoro a Ormus era muy
[30]
boa e de importancia se aquella fortza se não houvese entregue por fraqueza de
[31]
quem nella estava, mto dezejo ver os Mnros do Consso de Portugal pa lhes.
[32]
fazer ver qtos annos ha q eu pronostiquei esta perda; se se fizesse a fortalleza em

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