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Maarten Janssen, 2014-

Linhas do facsímile

[1600]. Carta de Álvaro Vaz para Miguel de Castro, arcebispo de Lisboa.

Autor(es)

Álvaro Vaz      

Destinatário(s)

Miguel de Castro                        

Resumo

O autor dirige-se ao Arcebispo de Lisboa, dando-lhe conta das injustiças que dizia ter sofrido perante a Inquisição, pedindo intervenção na restituição da sua honra e bom nome.
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[1]
na terceira dominga da quaresma, me vinhão a mão, e sabendo como Eu ẽca
[2]
minhava as almas, misit in cor eorum, ut traderer ego: vierãome
[3]
cõfissões de dous annos; de anno; de sete, e de desoito, hũas per vergo
[4]
nha de culpas, outras per ignorancia de cõfessores, isto quis o demonio
[5]
me pedir, mas Ds tirando de males, bens da a aprender diversas linguas
[6]
pa q tendo Eu todo o mundo per aposento em diversas linguoas sirva a Ds
[7]
q en hũa per ameassos dos Inquisidores ho offendi faça VS merce
[8]
escrever e ẽcomendar ao prior da igreja de S Pedro de Torres Vedras
[9]
q mande cõprir as dividas, e obrigações q lhe pesso pa ho qual mãdo
[10]
dar algũ dinheiro. E esta fara VS merce mandar ao Sor Arcebispo
[11]
de Evora pa q elle seu Arcebispado mande faser e publicar a mesma
[12]
restauração q os Inquisidores são obrigados a faser, publicarẽ como
[13]
injustamente fui preso, e cõdenado como ser de certa sciencia q forão tãtos
[14]
de Evora, e outras partes. do q fiqua claro q todos os males seguintes de hũa
[15]
falsidade forão injustamẽte causados, e faça VS merce mandar dar or
[16]
dem q o meu patrimonio seja restitudo, per q não deve cousa algũa a Elrei,
[17]
e quero q seja per ẽtretanto dado, e q o q se a Molher de Duarte
[18]
pinto, e filha do Ldo Jorge Nunes de torres vedras não ouvera de
[19]
deixar o sor Dom Luis de Portugal de ver e ajudar os filhos do doctor
[20]
Lopo Vaz q lhe afirmo q forão sempre e são mais christãos q elle,
[21]
e q he elle obrigado a pagar cõsciencia cento e setenta mil rs q
[22]
a sra condessa devia a meu pai, e isto de dinheiro ẽprestado, ho qual
[23]
he obrigado o sor Dom Luis a pagar a Diogo d oliveira meu cunhado
[24]
e os theologos q outra cousa sentirẽ, não sentẽ bem na cõsciencia. O padre
[25]
frei João de Portugal q ouvera elle mais de crer a experiencia de toda a
[26]
vida do Doctor Lopo Vaz e seus filhos, q as falsidades causadas per invẽção
[27]
e ameaços dos Inquisidores, os quais pa remedio de sua salvação tem necesida
[28]
de de restituirẽ tambem honras, vidas, bens q per meios injustos, e illicitos

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