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Maarten Janssen, 2014-

Linhas do facsímile

[1821]. Carta de autor anónimo para destinatário anónimo.

ResumoO autor denuncia um padre por ser contra a Constituição e contra o Rei.
Autor(es) Anónimo32
Destinatário(s) Anónimo33            
De Portugal, Guarda
Para S.l.
Contexto

Estêvão José da Silva Álvares, prior do Paúl, foi denunciado por carta anónima como sendo anticonstitucional e incumpridor dos seus deveres sagrados de clérigo. Esta denúncia, e consequente devassa acerca da vida e costumes do prior, originou grande agitação nas pequenas terras do Paúl e de Eirada, havendo nesta um motim originado por defensores e amigos do prior. O conflito cresceu de tal forma que se tornou numa espécie de disputa entre absolutistas e regeneradores ou liberais.

A testemunha número treze, José Joaquim Aires de Carvalho, apresentou uma carta enviada pelo cirurgião José Dias de Carvalho Ameno (CARDS0177) para reconhecimento da letra deste, pois acreditava que a carta anónima que consta do processo (CARDS0175) tinha sido escrita pelo cirurgião e ditada pelo primo, o bacharel José António Leal Delgado.

Suporte meia folha de papel dobrada escrita em todas as faces.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Casa da Suplicação
Fundo Feitos Findos, Processos-Crime
Cota arquivística Letra E, Maço 1, Número 35, Caixa 3, Caderno [1]
Fólios 6r-7v
Transcrição Cristina Albino
Revisão principal Cristina Albino
Contextualização Cristina Albino
Modernização Catarina Carvalheiro
Data da transcrição2007

Page 6r > 6v

[1]

Existe no Termo da Covilhãa, Comarca da Guarda hũa Aldea

[2]
assaz populoza, pr nome Paúl. tem esta hũa Igra, q fáz
[3]
hum dos melhores Priorados do Bispdo da Guarda, q deveria
[4]
ser Patrimonio d'um homem instruido, de virtude, de
[5]
sãos costumes, de consciencia, e finalmte exemplar: mas pelo
[6]
contro serve esta de Patrimonio a hum homem Vadio, estu
[7]
pido, sem Riligião, de mão caracter, e entriguista, e o pior q
[8]
tudo (nas actuais circonstas) o mais inconstituicional; este ho-
[9]
mem nal da Cide de Braga, pr nome Estevão da Sa Alvres;
[10]
3 anos q ali he Prior, e não tem estado a terra pte deste tempo, como he testa todo o povo na Frga
[11]
e isto sempre sem licença de supr prqto handa sempre
[12]
vagabundo pa Braga, pa o Porto, e pa Lisboa, (onde
[13]
ao prezente se acha) deixando em seu lugr hum Pe q ali
[14]
, pr nome Mel Miz Affonso, bom Paracho, mas mto
[15]
avançado em ide e prto emcapaz de exercer a occupação tão
[16]
grave, e tão pezada de hum Paracho, e daqui se conclui qto
[17]
he vadio; jamais fez oração do seu Menisterio ao Povo, e
[18]
pr isso se mostra a sua estupidez: jamais deu hũa esmola
[19]
a pobre, q à sua porta chega-se, e daqui se collige a falta
[20]
de Riligião, e de temor de Ds he hum homem, q traz envol-
[21]
vido, quaze todo o povo em intrigas, passando coizas, e novides
[22]
q nunca existirão, fica disto evidente o qto tem de mão caracter, e d' en-
[23]
triguista: entriguista acrescendo q logo qdo pa ali foi

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