O autor dá conta do que conseguiu obter na sua missão de espionagem junto de um conspirador.
[1] | em se
effectuar semelhante Plano aqui na Capital,
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[2] | porq o Governo era muito
activo e vigilante. «Nada
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[3] | «importa, me tornou Sandoval, o Partido Realista
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[4] | «he
mui pequeno, e aquellas Pessoas q temêrmos
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[5] | «serão rapidamente abafadas, para se não oppõrem
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[6] | «aos progressos
da Revolução. Alêm disto, estamos
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[7] | «apoiados pelos Hespanhoes: ha pouco chegou aqui a
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[8] | «Lisboa uma Senhora
Hespanhola, vinda de Bada
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[9] | «joz, a qual serve de Emissario para as relações
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[10] | «q ha entre os Liberaes
de Hespanha e Portugal.
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[11] | «Meu amigo, continuou Sandoval, não ha remedio
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[12] | «senão tomarem-se as
medidas mais barbaras, visto
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[13] | «q o despotico Governo tão barbaro he comnôsco.»
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[14] | Acabada q foi a
narração de Sandoval, fiz
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[15] | alguma diligencia por saber quem era o Figurão com
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[16] | quem hontem tinha
fallado, mas Sandoval não mo des
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[17] | cobrio. Perguntei-lhe se alguem tinha já dado juramen
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[18] | to, tive
em resposta, q não convinha esta formalidade,
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[19] | porq os socios não se devião conhecer huns
aos outros;
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[20] | pois, se por desgraça, alguns se descobrissem, não se
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[21] | perderem todos.
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[22] | Notei
em Sandoval grande alegria, e não se
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