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Maarten Janssen, 2014-

Linhas do facsímile

1649. Carta de Domingos Viana, cura, para o vigário Manuel.

ResumoO cura de Peniche escreve a um vigário a denunciar um homem chamado Brás Pereira.
Autor(es) Domingos Viana
Destinatário(s) Manuel            
De Portugal, Leiria, Peniche
Para S.l.
Contexto

O reú deste processo é Brás Pereira, mareante, natural de Peniche. Foi acusado de bigamia e na sua confissão confirmou que se casara em Peniche com Guiomar Gonçalves, de quem teve dois filhos. Para fugir da armada mudou-se sozinho para Buarcos onde voltou a casar, desta vez com Joana Rodrigues, mudando o nome para Francisco Jorge. Recebeu a seguinte pena : "açoutado pelas ruas públicas (...) e o degradam para as galés de Sua Magestade pera nelas servir ao Remo sem soldo por tempo de cinco annos" (transcrição modernizada).

Suporte uma folha de papel dobrada, escrita apenas no rosto
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Lisboa
Cota arquivística Processo 3804
Fólios 13r
Transcrição Ana Rita Guilherme
Revisão principal Rita Marquilhas e Cristina Albino
Contextualização Ana Rita Guilherme
Modernização Clara Pinto
Anotação POS Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Data da transcrição2008

Page 13r

[1]
Snor Vigro

Vm tenha a saude q dezeja, Vm

[2]
terá per novidade esta carta mas
[3]
o Cazo he grande sendo verdadeiro.
[4]
Vm saberá como tinha
[5]
freges nesta igra do spirito sancto
[6]
de peniche onde sirvo de Cura q
[7]
se chamava bras pereira, o qual
[8]
se quis embarcar pa o brazil a
[9]
anno e meio, e este bras pereira
[10]
he cazado com hũa minha vezinha
[11]
chamada guimar glz in facie
[12]
eclesiae e tem della dous filhos
[13]
fui informado pa q poupe
[14]
palavras q este bras glz pra esta
[15]
cazado nessa villa de buarcos
[16]
e q tirou ou mandou tirar nesta
[17]
terra os pregões em nome de
[18]
outrem, o tal bras glz pra he homem
[19]
de 25 pa trinta annos alto pou
[20]
ca barba buso semelhante a rui
[21]
vo per esta advirto a Vm da pte
[22]
da igra saiba se he ahi cazado
[23]
algũ homẽ de peniche e se tẽ estes
[24]
sinais q lhe dou, e o mande pren
[25]
[26]
der, ou fazer o q lhe incũbe o seu ofiçio pa q obvie
[27]
mos tam grande mal. E a mi me mande como seu
[28]
cativo, e me avize para este portador do q sabe disto per
[29]
q Vm lhe importa

[30]
20 de abril de 649 de Vm o Cura do spirito sancto de peniche dos Viana

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