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Maarten Janssen, 2014-

Linhas do facsímile

1716. Carta de Teresa Maria de São José para um membro da Inquisição de Coimbra.

ResumoMaria Teresa denuncia Benta da Silva e descreve detalhadamente as mezinhas que esta lhe fizera
Autor(es) Teresa Maria de São José
Destinatário(s) Anónimo365            
De Portugal, Coimbra
Para S.l.
Contexto

A ré deste processo é Benta da Silva, cristã-velha, casada com Lourenço Pimentel, carpiteiro. Benta da Silva era natural de Coimbra e aí moradora. Foi acusada de feitiçaria, tendo sido presa em 16 de abril de 1717. A autora da carta de denúncia aqui transcrita foi Maria Teresa de São José, 30 anos, filha de António Gomes Moura Morta, solteira, e foi uma das pessoas que consultou Benta da Silva para esta a curar. Benta da Silva confessou as suas culpas e foi condenada ao degredo por três anos para a Guarda e a ser instruída nos Mistérios da Fé "para salvação de sua alma".

Suporte meia folha de papel não dobrada escrita no rosto e verso
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Coimbra
Cota arquivística Processo 6436
Fólios 300r-v, 302r-v, 302r-v, 303r-v
Transcrição Ana Guilherme
Revisão principal Catarina Carvalheiro
Modernização Catarina Carvalheiro
Anotação POS POS automático
Data da transcrição2009

Page 300r > 300v

[1]
Senhores

Andando eu doente dise a minha Mai q me cha

[2]
mase Benta da Silva pa q me Curase da espi
[3]
nhela e Como ella me tinha ja Curado da espinh
[4]
ela e huma oCaziam fou a Cauza por q eu a man
[5]
dei Chamar pa q me Curase dela Com q veio Ben
[6]
ta da Silva a minha caza me dise q eu havia
[7]
de mister bem Curada e q da espinhela poCo me
[8]
tinha Caido mas Comesandome a Corar dela dise
[9]
q tomasem aRuda e mostarda branCa e q
[10]
a puzesem nos Coatros quantos da caza aseza
[11]
a defomar a Caza e q tomasem mostarda bran
[12]
Ca e aRuda e q me defomase nela dizendolhe q mi
[13]
nha Irmam andava doente Respondei ella q
[14]
minha Irmam não tinha nada mas q se de
[15]
fomase n aRuda e na mostarda branCa Com q an
[16]
bas nos defomavamos nestas Couzas dandolhe
[17]
eu Conta e minha Irmam q a mostarda e aRuda
[18]
em q minha Irmam se defomava espirrava e
[19]
a minha não dise ella me botase huma pedra pique
[20]
na de ensenso o q me botavam de Cada ves q tomava
[21]
estes defomadores o q se me fizaram e as da Caza mtas
[22]
noutas dise Benta da silva q Cozese murta e a agoa
[23]
dela a botase num alguidar grande e eu q me havi
[24]
a nua remeter dentro no alguidar em pe e q tomase minha
[25]
Irmam hum panno q o molhase na agoa q estava
[26]
no alguidar e Cheio dela mo pozese na cabesa pa q
[27]
aquela agoa me Correse pelo Corpo abaixo e q to
[28]
mase o panno e o molhase outra ves na agoa e mo pozese
[29]
no CaChaso pa q a agoa me Correse pelo Corpo e q toma
[30]
se o panno e q o fose molhando me na agoa e Com ele me
[31]
fose Chapinhando o Corpo q comesase pellos pes

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