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Maarten Janssen, 2014-

Linhas do facsímile

1720-1729. Carta anónima para os inquisidoresde Coimbra.

Autor(es) Anónimo543      
Destinatário(s) Anónimo544      
In English

Anonymous denunciation letter sent to the inquisitors of Coimbra.

The author denounces the heretical behaviour of two individuals, a man and a woman of his village.

The Inquisition archives contain, apart from the around 40 thousand individual proceedings ("processos"), a collection of scattered charges, for which the Inquisition "Promotor" had to decide whether or not to prosecute. Complaints, confessions, letters by the commissioners or about different stages of each proceedings are some of the document types that can be found in these books. This letter has been kept among such documentation.

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Page 118 r > 118 v

[1]

Neste Luguar do Barreiro Comcelho de Besteyros frga

[2]
De nossa senhora de natividade saybam vossas se
[3]
nhorias que ha hum homem que foi denumciado pa a sa
[4]
nta cassa tres vezes, o qual se chama manoel João
[5]
vendeiro que mora o pe da Igra loguo pa baixo numa cassa
[6]
caada que tem tem duas servintias huma sobre hum Ri
[7]
beiro e outra ca na Rua no caminho que se vai pa a Igra o qual
[8]
este dito manuel João dizem que tem hum santo Cristo no cimo
[9]
da escada donde se asenta todos os dias e se calca sempre
[10]
pella manhem testemunhas que o sabem Izabel soltra
[11]
sua cunhada e manuel Lopes medeiros e João frs: todos
[12]
do mesmo luguar e mais fazendo elle hum moinho e tirando
[13]
Agoa duma Reguada lhe pelleijarão e lhe diserão isto he com
[14]
ciemcia elle respondeo passara eu bem neste mundo a
[15]
Alma Ainda que allovara o diabo não emportava teste
[16]
munhas as mesmas tres e mais o paraco. Estas mesmas teste
[17]
munhas estando debaixo do sseo balcam ouvirão queixar a
[18]
mulher que mais tempo fornica a mulher pello sesso do que pella
[19]
sua natura.
[20]
[21]
Mais e neste mosmo Luguar do Barreiro mora hum homem
[22]
que he destemente a deos nosso senhor em termos que te
[23]
ndo huma moca em sua cassa sua comadre legitima
[24]
foi tam atrevido que ouve della huma menina esta mosma
[25]
moca todas as horas se esta queixando e chamando cão dos
[26]
maos feitos que elle usou com ella e mais he tal que por hu
[27]
ma divida que devia se tirou huma declaratoria contra
[28]
elle e se lhe foi ler a sua cassa hum cleriguo que chamão o pe
[29]
Mel Roiz do luguar da corveira lha leo e andou dois messes de
[30]
clarado ouvindo missa e fallando como se tal não fora sem os
[31]
vizinhos saberem nada senão o cura a mais este cleriguo e isto
[32]
por se sumir que he defet nacão. testemunhas que tudo
[33]
juraram Ma gomes e Dos soltro Ma Roiz Mel Roiz gi
[34]
raldo Frco simois Mel frco Mel joao da eira velha
[35]
Este se chama juzphe da Costa

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