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Maarten Janssen, 2014-

Linhas do facsímile

1585. Carta de Jorge Moreira, prior, para Jerónimo Pinto, meirinho da Inquisição de Coimbra.

ResumoO autor pede ao destinatário o favor de comunicar aos inquisidores que não façam nada antes de ouvirem o seu depoimento. Promete pagar o favor em orações, sacrifícios e livrinhos em linguagem.
Autor(es) Jorge Moreira
Destinatário(s) Jerónimo Pinto            
De Portugal, Esgueira, Mesa do Vouga
Para Portugal, Coimbra
Contexto

Este processo diz respeito a Jorge Moreira, cristão-velho, doutor, prior da igreja de Macinhata do Vouga, processado por sodomia depois de voluntariamente se ter apresentado, em 1584, à Inquisição de Coimbra. Quando interrogado, disse que as pessoas com quem tinha cometido «o pecado nefando» tinham sido António Henriques e Francisco João, seus criados durante mais de oito anos. Ao mesmo tempo, tinha-os ajudado, como testemunhou, a formarem-se homens honrados, tendo António Henriques até ficado rico. Agora, treze anos passados, admitia, no entanto, também ter demandas com ambos. Aparentemente, foi por isso mesmo que se apresentou ao Santo Ofício, de medo que os outros o denunciassem. Foi condenado a penitências e a residir longe de um rapaz, Manuel do Couto, que morava com ele. O réu dizia que era seu filho ilegítimo, mas a Inquisição suspeitou que fosse seu parceiro sodomita.

Suporte uma folha de papel dobrada, escrita na primeira face e com o sobrescrito na última.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Coimbra
Cota arquivística Processo 5425
Fólios 12 r
Socio-Historical Keywords Rita Marquilhas
Transcrição Leonor Tavares
Revisão principal Rita Marquilhas
Modernização Rita Marquilhas
Data da transcrição2009

Page 12 r

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Snor

Mto boas festas lhe ds, mta vida e saude, e serviços mtos seus, q lhe nesse

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santo officio como tudo mais fará, E a nós mercés :
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Eu tenho q dizer nessa mesa do santo offo, ao q queria ir passada festa
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dos reys logo 2a ou 3a fra, merçé me fará: dizer aos snores inquisidores, q cousa
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nhuã se deve bullir, eu ser ouvido, pa o q lhes póde mostrar esta, E do q
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disserem, me avisar: o qual trabalho, cousas tRenas q sua divina
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inteireza, E desprezo dessas, busca, mas em as pobres orações, E sacrifios
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sẽpre recõpensarei, E livrinhos de linguajẽ, de q comigo queria le
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var poucos, pa impremir porventra parescendo assi, a esses snores:
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beijo as mãos de VM cuja mto illustre pa nosso snr guarde, E todos
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bens aumẽte, desta sua na mesa de bouga dia de ano bom de 1585 anos:
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vendor seu de Vm
[13]
Je mra


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