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Maarten Janssen, 2014-

Linhas do facsímile

1639. Carta de João Cota, barbeiro, para o irmão, [Salvador Cota], criado.

ResumoO autor queixa-se ao seu irmão por haver várias pessoas da família, incluindo o destinatário da carta, a dizer que ele era cristão-novo por parte da mãe, facto de que duvidava.
Autor(es) João Cota
Destinatário(s) Salvador Cota            
De Portugal, Vila Viçosa, Arraiolos
Para Portugal, Lisboa
Contexto

Processo relativo a Salvador Cota, preso por judaísmo, heresia e apostasia pela Inquisição de Lisboa a 27 de outubro de 1640. O irmão de Salvador Cota, João Cota, fora feito prisioneiro pela Inquisição de Évora em abril de 1638, vítima das mesmas acusações, e saíra do cárcere em 1639, depois de ter sido torturado e quase relaxado à justiça secular por não confessar os seus crimes. As cartas aqui transcritas, que escreveu ao irmão, foram feitas depois de ter sido libertado, e delas se depreende que passava dificuldades e que a sua família estava a ser investigada por judaísmo por parte do Santo Ofício, tendo sido vários os primos, tios, sobrinhos e irmãos de Salvador e João Cota que foram feitos prisioneiros naquela época. As missivas encontram-se no processo de Salvador Cota porque, provavelmente, foram confiscadas aquando da sua prisão; não são mencionadas no decorrer do processo.

Suporte meia folha de papel escrita no rosto.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Lisboa
Cota arquivística Processo 9894
Fólios 13r
Online Facsimile http://digitarq.arquivos.pt/details?id=2310047
Socio-Historical Keywords Mariana Gomes
Transcrição Mariana Gomes
Revisão principal Maria Teresa Oliveira
Contextualização Maria Teresa Oliveira
Modernização Raïssa Gillier
Anotação POS Raïssa Gillier
Data da transcrição2015

Page 13r

[1]
[2]

Irmão noso senhõr vos de muntas boas festas

[3]
com muntos guostos e aligueras e comtamentos
[4]
em copania de vosa molher e filha molhorada
[5]
do que eue a tenho comiguo mas comfi em deos
[6]
que ainda me ele a de dar tudo o que ele pode que
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me amamde meuos paremtes onrados e o senhor
[8]
meu tio joão cotta que ele me fes m de dizer que
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eue era cristam novo da parte de minha mai
[10]
mas que diguo quando vos e voso irmao dize
[11]
m o que dezeis mas algui dia nos veremos de
[12]
perto amtam falarei comvosquo en esa sida
[13]
de anda amtonio guomes que dizia o que vos
[14]
dizeis mas aguora sobe a verdade do que se pasa
[15]
e nam vos diguo nada porque quizera ir a sa
[16]
sidade

[17]

mandate me dizer que vos respondese hu

[18]
ma carta que me tines mandado aserqua de mi
[19]
ir eue e meu filho pera a inda folguara
[20]
d emcatares hum comodo pera ambos hu
[21]
ma filha e uma irmão que vos afirmo que
[22]
tidos nos avemos de embraquar pera deisam
[23]
os viver paremtes tam onrados como sam
[24]
hu tio joão cotta e hum primo manoel cotta
[25]
e o dotor frco pinto duram mas a onra que eles
[26]
ouvera de cada um deles de ter overa de olhar pe
[27]
ra sim que com mais verdade ofendem a deos
[28]
noso senhor das suas portas ademtro mas a deos
[29]
deizo tudo falamdo a perpozito vede se ashais
[30]
comodo pera dioguo o tirar fora desta tera agua
[31]
rdiserivos munto esta m noso senhor vos livre
[32]
de falsos testemunhos e de vosos nimiguos de raiolos
[33]
de 21 dezembro de 1639 anos
[34]
di voso irmão João cotta

sabereis como o sorbinho de dioguo da

[35]
silva frco o levouo a inquisam so ele bastouo pera
[36]
o livartar

[37]

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