Linhas do facsímile

[1735]. Carta de Pedro Francisco para o seu primo, Luís dos Santos, carpinteiro.

Resumo	O autor tece críticas à atitude do primo perante a família que se encontra em Portugal, dizendo ser preferível ganhar pouco e estar com os seus do que estar longe e ganhar ouro.
Autor(es)	Pedro Francisco
Destinatário(s)	Luís dos Santos
De	Portugal, Viseu, Campia, Fiães
Para	América, Brasil, Pará, Belém
Contexto	O réu deste processo é Luís dos Santos ou Luís André, acusado de bigamia. Após ter casado em Portugal com Domingas Rodrigues, aos treze anos, e de ter com ela vivido maritalmente por um ano ‒ casamento do qual nasceu uma filha chamada Maria -, Luís dos Santos teve de ir a Lisboa e, ao saber da frota para o Maranhão (Brasil), para lá se ausentou. Casou-se lá com Catarina Correia de Oliveira e com ela teve cinco filhos. O caso soube-se e, apesar de o processo já decorrer desde 1737, duas acusações foram formalmente feitas à Inquisição em 1744 por Manuel Cruz, cónego, a quem Luís dos Santos dirigira uma carta para saber da sua família em Portugal (PSCR0652), e por Manuel Rodrigues, homem residente no Brasil, que não conhecia diretamente o acusado. Luís dos Santos seria posteriormente sentenciado a açoites públicos e a cinco anos de degredo nas galés, de onde fugiu, tendo sido novamente sentenciado (Processo 516-1 da Inquisição de Lisboa) a cinco anos de degredo para as galés. Como prova da condição marital do réu, neste processo estão inclusas oito cartas, duas das quais da sua primeira mulher (PSCR0642 e PSCR0649).
Suporte	uma folha de papel dobrada, escrita nos dois rostos.
Arquivo	Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository	Tribunal do Santo Ofício
Fundo	Inquisição de Lisboa
Cota arquivística	Processo 516
Fólios	31r, 32r
Online Facsimile	http://digitarq.arquivos.pt/details?id=2300390
Transcrição	Mariana Gomes
Revisão principal	Raïssa Gillier
Contextualização	Mariana Gomes
Modernização	Raïssa Gillier
Data da transcrição	2015

Menos informação

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> 32r

[1]	Fiais hoje
[2]	Meu Amo e Snor Luis dos Santos Recebi hua de vm em 25 de 7bro de 1735
[3]	a coal me cervio de grde alivio por nela
[4]	me relatar que lograva filis saude
[5]	noso senhor lha aumente pellos anos
[6]	de seu dezejo e da minha se podera cervir
[7]	q ao prezente he boa deos Louvado para todo
[8]	Senpre e fica mto ao seu dispor para empre
[9]	guar em ocaziois de seu cervico tendo eu al
[10]	gão prestimo nesta terra e a Senora minha ma
[11]	y e minha compa e minha irma maria se
[12]	recomendão com mtas lenbrancas porqto são to
[13]	dos os que ha em caza minha avo levoua
[14]	deos a 22 de dezenbro de 1735. Sor Luis dos
[15]	Santos eu li a carta que vm mandou a
[16]	sua gente de cercoza em q me não pare
[17]	ceo mto bem a reposta que vm lhe mand
[18]	ou a cual lhe cervia mais de pena do
[19]	que de alivio e a cual hera sem culpa
[20]	pello que me dezia porqto a Senora dominguas
[21]	Rois me dice q nunca lhe escrevera e senão
[22]	como vm lhe escrevia se supeitava q
[23]	o irmão de Lisboa as abrise porq lhe
[24]	mandou dizer q tinha pena e tintei
[25]	ro para lhe escrever como hera lizito e a
[26]	sim saiBa vm q esta he a mesma verda
[27]	de não lhe queira dar penas porq as não
[28]	merece nem a mais imiga e ainda q
[29]	vm la ganhe mto intenda q não amda
[30]	Liver da conciencia e o mundo todo sem
[31]	deos he nada e o nada com deos he tudo
[32]	e nesta terra valle mais guanhar seis vintens e
[33]	de comer q nesa hũ cuarto d ouro seco e
[34]	juntamte não cude vm q isto e os incare
[35]	cimtos se não he mto dezo q eu tinha de me ver
[36]	com vm e saiba q mais vale hũ bo fim
[37]	q hũ ruim principio e a vm lhe não

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