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Maarten Janssen, 2014-

Linhas do facsímile

1664. Carta de Dom Francisco Manuel de Melo, fidalgo da Casa Real, para Baltazar Teles, Jesuíta.

ResumoO autor pede ao destinatário que intervenha em Portugal a favor de certa pessoa.
Autor(es) Francisco Manuel de Melo
Destinatário(s) Baltazar Teles            
De Italia, Pisa
Para S.l.
Contexto

O réu deste processo, Dom Álvaro Manuel de Noronha, era o filho secundogénito do segundo conde de Atalaia. Apesar de não ter herdado o título de conde após a morte de seu pai e do seu irmão mais velho em 1643, recebeu a "comenda do dízimo do pescado miúdo da vila de Setúbal da ordem de S. Tiago" (ANTT, Registo Geral de Mercês, Ordens Militares, liv. 12, fls. 35v-36v) e foi sucessor da casa e do morgado (ANTT, Chancelaria de D. Filipe III, liv. 21, fls. 278r-279r). Apresentou-se, juntamente com o seu cunhado Francisco Luís de Oliveira e Miranda (Morgado de Oliveira), diante da Inquisição de Lisboa para confessar as suas culpas. Conseguiu exilar-se em Itália depois de, em 1651, confessar a relapsia no crime de sodomia. As cartas extraídas do processo inquisitorial datam do período do seu regresso a Portugal, em 1664, conseguido graças a um Breve do papa Alexandre VII e à carta de recomendação que trazia de D. Francisco Manuel de Melo, dirigida ao prepósito de S. Roque. Uma outra evidência do alto nível das suas relações e rede de influência é a proximidade ao embaixador Francisco de Sousa Coutinho ‒ do conselho de estado, alcaide-mor de Santarém, Golegã e Almeirim, antigo embaixador na Suécia, Holanda e França ‒ a quem alude na carta que escreveu.

Bibliografia:

Prestage, Edgar (1914), D. Francisco Manuel de Mello: esboço biographico, Coimbra, Imprensa da Universidade.

Dutra, Francis (2009), "Noble Brothers-in-Law in Love during the Reign of João IV (1640-1656)", in Mediterranean Studies Vol. 18, pp. 131-142.

Freire, Anselmo Bramcamp (1930), Livro terceiro dos Brasões da Sala de Sintra, Coimbra, Imprensa da Universidade.

Suporte meia folha de papel escrita no rosto.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Lisboa
Cota arquivística Processo 806
Fólios 61r
Socio-Historical Keywords Ana Leitão
Transcrição Ana Leitão
Revisão principal Raïssa Gillier
Contextualização Ana Leitão
Modernização Raïssa Gillier
Data da transcrição2015

Page 61r

[1]

Meu Pe Baltazar Telles. O Portador

[2]
desta Carta he a Pesoa q elle dirá a V P vai
[3]
a esse Reino e no mesmo porto que Deus o levar
[4]
a Lisboa ira buscar a V Pe por lhe ser asi
[5]
necesso; e não a elle, mas as maiores cazas
[6]
de essa terra como V P sabe. o negocio que
[7]
vai buscar depende da autoridade e in-
[8]
dustria de V P e meyo animo eu lhe tenho
[9]
assegurado todo seu bem e o de tantos. S Sde
[10]
andou com elle tão benino e liberal como
[11]
V P verá de seus despachos: que tenho a bon
[12]
dade e zello de V P por condutor, não fico du
[13]
vidando q todos terão o bom effeito q eu lhe
[14]
dezejo peço a V P e aqui tenho procurado.
[15]
sei que para q V P se empregue de todo o co
[16]
ração nesta materia tudo o mais he su
[17]
perfluo. e porq nas outras sou largo cesso
[18]
pedindo a Deus leve este a salvamto diante
[19]
de V P e q mo deixe ver mto cedo e gde sua pesoa
[20]
como eu dezejo. Em Roma me disserão que
[21]
V P Era Propozito de s Roque; e assí
[22]
havia de ser se la ha propozito. novas
[23]
da minha jornada dará o Portador sobre tudo ge Deus a V P
[24]
como dezejo etc

[25]
Em Pisa a 15 de No de 1664
[26]
mto devoto seror Amigo etc
[27]
e discipulo de V P
[28]
D Franco Mel

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