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Maarten Janssen, 2014-

Linhas do facsímile

1630. Carta de Simão de Fontes, mercador, para Afonso Rodrigues Ribeiro, mercador.

ResumoO autor pede que o destinatário preste auxílio a certas pessoas, dada a sua influência.
Autor(es) Simão de Fontes
Destinatário(s) Afonso Rodrigues Ribeiro            
De Portugal, Lisboa
Para Elvas, Rua da Cadeia
Contexto

António da Silveira Rosa, cristão-novo natural de Beja residente em Lisboa, preparava-se para se juntar a outros da sua nação assistentes em Castela quando foi surpreendido pelo juiz de fora daquela cidade, o qual achou em seu poder um volumoso conjunto de cartas, redigidas por dois mercadores de Lisboa – um dos quais sogro de António. Além de as referências espaciais e temporais serem comuns, as 13 cartas anexadas ao seu processo partilham ainda o facto de serem maioritariamente dirigidas a familiares. O seu intuito consistia em preparar a fuga, antes do Natal daquele ano, por Barcelona ou Catalunha, rumo a França.

A prisão do portador comprometeu este plano e levou aquela autoridade judicial a encaminhar tão comprometedora correspondência ao cuidado da Inquisição de Évora, e assim revelar não apenas a culpa do réu – directamente implicado no conteúdo das cartas -, mas toda uma rede de cristãos-novos.

Suporte uma folha dobrada de papel de carta escrita no rosto do fólio 32 e no verso do fólio 33.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Évora
Cota arquivística Processo 8768
Fólios 32r e 33v
Socio-Historical Keywords Ana Leitão
Transcrição Ana Leitão
Revisão principal Raïssa Gillier
Contextualização Ana Leitão
Modernização Raïssa Gillier
Anotação POS Raïssa Gillier
Data da transcrição2015

Page 32r

[1]
[2]
lisboa 226 de 9ro 630
[3]
snor afonso Roiz

Vm tenha mta pasiensia q eu nesa tera não tenho a otro amigo

[4]
q seja tanto de minha alma como vm he soposto q te
[5]
nho algũ mas não nos qero ocupar porq dando vm esta
[6]
não faso mais conta de amigos- asim q o portador deste
[7]
he hu grande parente e amigo meu e pasa pa madri he me
[8]
dizem esta esa tera apertada dos pes doigo das portas q não
[9]
sei se he mintira o q se dis e como vm he tam conhesido
[10]
nesa tera he sera sua pasagem mto falsem por respeito
[11]
de vm pelo q he peso me fasa m chegar com ele a duana
[12]
e ate sair fora da tera q fasa conta vou eu mesmo en
[13]
pesoa a q senpre estarei obrigado a todos os resebidos
[14]
de vm. com Anto frz escrevi a vm en q dava conta do
[15]
amigo q se ofereseu e jontamte levara aroba de baqalão
[16]
e meia pa vm q tudo saria dada e da pasagem deste
[17]
amigo me avize com o pro en todas as coizas de seu serviso
[18]
fiqo ptes e seto com o favor de noso Snor nos veremos
[19]
a q deus gde a

[20]
Amigo d alma
[21]
Simão de fontes

sendo cazao q vm este na feira me fasa m escrever ao migo

[22]
mais conhesido adq va a duanana en lugar de vm mas o tenho por
[23]
mais serto estar vm en caza q me parese não vem vm a sta
[24]
feira e asim não encomendo mais-

[25]

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