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Maarten Janssen, 2014-

Linhas do facsímile

1722. Carta de Constantino de Sousa Costa para Bernardina Antónia Lobo de Torneio, abadessa.

ResumoO autor critica o facto de se impedir que a sua filha professasse naquele convento de Beja.
Autor(es) Constantino de Sousa Costa
Destinatário(s) Bernardina Antónia Lobo de Torneio            
De Portugal, Lisboa
Para Portugal, Beja
Contexto

A presente carta integra um processo pertencente ao cartório do Real Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição (Beja), de que restam várias sentenças à guarda deste arquivo nacional. Nesta casa, pertencente à ordem de Santa Clara, professara na segunda metade do século XVII a célebre soror Mariana Alcoforado. A presente peça documental é intitulada "Recibo do Dr. Francisco Manuel Castelo Branco dos papéis que recebeu de Constantino de Sousa a respeito das demandas da madre soror Antónia Sofia Batista", assistente naquele convento feminino, filha de Constantino de Sousa Costa. Conforme descrito em documento anexo à carta, Constantino de Sousa Costa entregara a Francisco Manuel Castelo Branco um extenso rol de papéis, a saber: duas escrituras de dote relativas à madre D. Joana Velosa de Bulhão (ou Joana de São Miguel), filha de Francisco Veloso Ferreira (09.11.1657 e 16.10.1666); uma escritura de dote feita pelo licenciado Isidoro Pinheiro Bulhão a suas irmãs, D. Catarina de Afonseca e D. Serafina Pinheira, religiosas no convento da Conceição (1673); uma certidão do teor de um escrito de arrendamento e de quitações; um recibo feito por Gaspar Raposo (09.06.1717); uma escritura de venda de uma fazenda (23.07.1710), acompanhada de uma certidão de adjudicação da vinha vendida; uma escritura de obrigação de tença em vida, celebrada entre frei Luís Veloso Ferreira e o padre pregador frei João de Sta Catarina, como procurador das religiosas da Conceição de Beja (17.06.1709); uma escritura feita por frei Luís Veloso Ferreira e Manuel Veloso a sua tia, D. Serafina; uma escritura de arrendamento da herdade do Monte Queimado, feita por Domingos Lourenço a este mesmo religioso (08.05.1702); um libelo de Manuel Veloso Ferreira contra a viúva D. Isabel Teresa de Souto Maior; entre outros recibos. Semelhante entrega de documentos decorrera, conforme se regista, na sequência de uma carta que a madre abadessa dirigira a Constantino de Sousa Costa, dando indicações para tal. Efetivamente, Francisco Manuel Castelo Branco procedeu a uma cuidada enumeração destas peças (de que apenas temos esta memória), em Lisboa, cujo teor seria determinante para a causa em questão. Outro testemunho de idênticas diligências consta no Arquivo Distrital de Beja. Trata-se do traslado de escritura de dote para ser freira Maria Isabel Sousa do Amor Divino, filha de Constantino de Sousa Costa e de Mariana Josefa de Mendanha (PT/ADBJA/CNSCBJA/003/0025/00030). Relativo a período posterior a esta carta, existem vários testemunhos da passagem de Constantino de Sousa Costa por Minas Gerais (Brasil), onde exerceu vários cargos públicos, de que requereu por diversas vezes provisão ao rei (cf. ANTT, Registo Geral de Mercês, D. João V, liv. 18, bem como Arquivo Histórico Ultramarino, Brasil, (Avulsos), Minas Gerais, caixas 11, 15 e 31).

Suporte uma folha de papel dobrada, escrita em todas as faces.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Ordem dos Frades Menores
Fundo Província dos Algarves
Cota arquivística Maço 102, 1-n.º1
Fólios [1]r-v
Transcrição Ana Leitão
Revisão principal Catarina Carvalheiro
Contextualização Ana Leitão
Modernização Raïssa Gillier
Data da transcrição2014

Page [1]r > [1]v

[1]

Minha sra Em nenhuã ocasião podia eu duvidar

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do favor q vsa me fas e nesta ocasião de partisipar
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me a noticia de q o Rdo pe Proal ordena a Vsa não pro
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fesse ma fa sem q pro Reponha na mão do Dr Franco
[5]
Mel Castello bco todos os papeis pertensentes a sra
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D Joanna e sra D Serafina e como não he esta a pra
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ocasião em q se afronta o meu prosedimto como
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ja o tem feito na mudança de procurador de q in
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da não vi milagres mal podia eu agora estranha
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llo inferir tudo se Remedea Excelentemte hir lo
[11]
go entregar ao do Dr todos os papeis e escripturas
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q se achão inda na minha mão por não ter a pe os dar
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mais cedo e dizer a vsa q nenhũ cuidado me
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da em q ma fa não professe porq tenho ja ou
[15]
tros motivos neste me sobra a Rezão pa hir profesa
[16]
la a outro Convto plo q me paresse não he necessa
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rio hir buscar o Rdo pe Proal e enfadallo mas
[18]
sim dizer a vsa q se sirva querello assim ha
[19]
ver por bem mandando se ponha pronpto o dote
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com q tenho entrado pois não tenho q esperar
[21]
mais poes não era necessario pa entregar huns
[22]
papeis q nunqua se me pedirão huã Clazulla
[23]
são desabrida e absoluta e haja alguem q diga
[24]
mos pedio e eu lhos não quezisse entregar.

[25]

Eu ma sra nos particulares da sra D Joanna não te-

[26]
nho obrado couza q me desacredite e so se vera
[27]
qdo se virem no fim as grandes deligcas dos novos
[28]
procuradores principalmte tendo por asesor

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