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Maarten Janssen, 2014-

Linhas do facsímile

[1804]. Carta de frei António de Santa Ana, padre, para [Isidoro António do Amaral Semblano], juiz-de-fora.

ResumoO autor pede que o destinatário libere a sua saída da estalagem onde se encontra, apelando à sua compaixão.
Autor(es) António de Santa Ana
Destinatário(s) Isidoro António do Amaral Semblano            
De Portugal, Feira, Oliveira de Azeméis
Para Portugal, Feira, Oliveira de Azeméis
Contexto

Conforme denúncia encaminhada pelo reitor da freguesia de Oliveira de Azeméis, certo religioso instalara-se numa estalagem daquela localidade, dispondo-se a confessar, sem licença nem aprovação do bispado, a troco 10 réis por cada homem e de 20 réis por cada mulher. Tratava-se de frei António de Santa Ana, franciscano, morador em Vila do Conde, de onde saíra em finais de fevereiro por alturas do domingo de São Lázaro.

Ao tomar conhecimento desta situação, o juiz-de-fora de Oliveira de Azeméis, Isidoro António do Amaral Semblano, prontamente se deslocou àquele estabelecimento, encontrando o franciscano em pobres andrajos e desprovido de qualquer breviário ou folhinha por onde se pudesse orientar. Perante tal escândalo, e à vista da sua condição, o juiz-de-fora determinou que o religioso não se ausentasse daquele lugar até ordem em contrário. Foi neste contexto que se redigiu a presente carta, a qual, por seu turno, reiterou as suspeitas de que aquele homem não seria sequer sacerdote. Dali passaria para o cárcere do convento franciscano do Porto, onde foi preso a 15 de março de 1804.

No decurso das sessões a que o réu foi sujeito e das providências tomadas quanto à análise da sua conduta, veio a apurar-se que se encontrava suspenso das ordens desde o tempo do provincial frei João de Santa Teresa de Jesus, já defunto. O religioso possuía ainda um historial problemático. Do seu processo constam duas certidões que atestam dois momentos em que ousou evadir-se de dois conventos no ano de 1791: um auto lavrado no convento de São Francisco da Ponte (Coimbra), reportando-se à fuga ocorrida a 24 de janeiro a partir da cela em que fora aprisionado por ordem superior, tendo-se encontrado a porta da sua cela aberta; nessa ocasião frei José foi tido por fugido e apóstata. Uma segunda certidão, emitida por frei Luís de São José Amarante, guardião-mestre do convento de São Paio do Monte (Vila Nova de Cerveira), regista a fuga do mesmo religioso a 25 de setembro.

No verso da carta, em lugar do sobrescrito, encontra-se o seguinte registo, com caligrafia do juiz-de-fora: "de Mesão Frio filho que ficou de José Pereira Nunes [mercador] morador em Vila do Conde saiu de lá nos fins de Fevereiro com licença até domingo de Lázaro"

Suporte meia folha de papel escrita no rosto.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Ordem dos Frades Menores
Fundo Província de Portugal, Convento de São Francisco de Lisboa
Cota arquivística maço 19
Fólios 5r
Socio-Historical Keywords Ana Leitão
Transcrição Ana Leitão
Revisão principal Raïssa Gillier
Contextualização Ana Leitão
Modernização Raïssa Gillier
Anotação POS Raïssa Gillier
Data da transcrição2017

Page 5r

[1]
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[2]
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[3]
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[5]
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[6]
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[7]
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[8]
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[9]
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[10]
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[11]
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[12]
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