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Maarten Janssen, 2014-

Linhas do facsímile

[1660]. Carta de Jerónimo da Costa Brandão para [Gonçalo Martins Garcia], banqueiro.

ResumoO autor pede ao destinatário que lhe envie roupa e um recibo que lhe enviara, e remete-lhe uma carta para o seu tio, Manuel da Costa Brandão.
Autor(es) Jerónimo da Costa Brandão
Destinatário(s) Gonçalo Martins Garcia            
De Portugal, Lisboa, Hospital de Todos os Santos
Para Portugal, Lisboa
Contexto

O réu deste processo é Jerónimo da Costa Brandão, rendeiro de Abrantes, preso pela Inquisição de Lisboa a 12 de dezembro de 1656 por judaísmo. Em janeiro de 1659, várias pessoas foram chamadas a testemunhar afirmando que o réu se encontrava "fora do juízo": "pasmado", não respondia ao que lhe diziam, mas repetia o que lhe perguntavam e às vezes "falava a propósito" e outras vezes "a despropósito". Feitos exames e diligências, chegou-se à conclusão de que a doença do réu não era um mero fingimento e, assim, no fim do mês, Jerónimo da Costa Brandão foi enviado pelos inquisidores para o Hospital Real de Todos os Santos para se curar. Após mais de um ano, a 1 de setembro de 1660, um médico do hospital certificava que Jerónimo da Costa Brandão estava curado e, pouco depois, o réu foi visitado por ordem dos inquisidores que acharam os escritos presentemente transcritos na sua posse. A primeira carta (PSCR0395), segundo o acrescento que lhe foi feito no topo, foi entregue na mesa da Inquisição por Simão de Miranda Henriques, familiar do Santo Ofício, a 6 de outubro de 1660. As restantes foram entregues por António da Mata Falcão, médico do Santo Ofício, que o visitou no dia seguinte. Durante o seu internamento no hospital, Jerónimo da Costa Brandão teria tentado enviar cartas a um banqueiro de Lisboa, Gonçalo Mendes Garcia (a quem tratava por tio, embora não se conheça parentesco entre ambos), na casa do qual os seus irmãos mais novos se tinham refugiado, após a prisão dos seus pais e irmãos mais velhos. De acordo com a carta PSCR0399, depreende-se que enviava as suas missivas por intermédio de um enfermeiro, talvez António Fernandes, autor da carta PSCR0396. O réu dirige ainda uma carta ao seu tio materno, Manuel da Costa Brandão, morador em Roma, e menciona o seu nome várias vezes na sua correspondência.

Em dezembro de 1660, Jerónimo da Costa Brandão regressava aos cárceres da Inquisição de Lisboa, sendo depois libertado em fevereiro de 1662 com confisco de bens, abjuração em forma, cárcere e hábito penitencial perpétuo e penitências espirituais.

Suporte um quarto de folha de papel não dobrado escrito em ambas as faces.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Lisboa
Cota arquivística Processo 7340
Fólios 61r-v
Online Facsimile http://digitarq.arquivos.pt/details?id=2307413
Socio-Historical Keywords Maria Teresa Oliveira
Transcrição Mariana Gomes
Revisão principal Maria Teresa Oliveira
Contextualização Maria Teresa Oliveira
Modernização Raïssa Gillier
Anotação POS Raïssa Gillier
Data da transcrição2017

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Folgarei q este ache a Vm

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em boa saude em companhia
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da senhora Marta da fonsequa e
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mais obrigasão com bnẽs todos
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q Vm dezeja

[7]

Escrito hei a vm algũas Regras e

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não hei tido Reposta não aja
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sido por falta de saude, despido
[10]
estou sem ter hũa camiza q vis-
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ta meu tio s Mel a costa Brandão
[12]
quando se foi pa fora me deichou
[13]
duas rregras q ainda estivese me
[14]
tiria sem prezente, peso a vm pe
[15]
llo amor de Deos q me parese o s
[16]
dito Mel a costa Brandão meu tio
[17]
avera por bem q vm me m
[18]
ande hum par de camizas
[19]
com hum vestido com meias e
[20]
sapatos pello moso de vm, q e
[21]
ste meio me parese o mandara
[22]
o moco aqui emsinar se vm lho diser ou a ora q
[23]
Vm lhe der porem nas outras duas Regras q a vm lhe
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escrivi os dias pasados hum escrito q lhe mandei a
[25]
vm de resibo mo mande; era de hũas moedas. duas
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regras escrevo a s meu tio Mel a costa Brandão ahi vam

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