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Maarten Janssen, 2014-

Linhas do facsímile

1647. Carta de Francisco Mendes para o primo Rodrigo Aires Brandão, contratador.

ResumoO autor informa o destinatário da sua partida futura para se encontrar com o primo e encomenda-lhe certos negócios, garantindo-lhe que o deles terá um bom fim.
Autor(es) Francisco Mendes
Destinatário(s) Rodrigo Aires Brandão            
De Portugal, Viana do Castelo
Para Portugal, Lisboa
Contexto

O réu deste processo é Jorge Dias Brandão, contratador de Viana do Castelo, preso pela Inquisição de Lisboa em dezembro de 1647 por judaísmo. As cartas que se encontram no seu processo foram achadas pelo tesoureiro do fisco, João Baptista de Cordes, entre os papéis pertencentes a Jorge Dias Brandão. O tesoureiro resolveu entregá-las ao notário do Santo Ofício, pois pareceu-lhe que o seu conteúdo podia interessar aos inquisidores. Segundo supôs, o primeiro escrito tinha a letra de Rodrigo Aires Brandão, irmão do réu, o segundo vinha assinado por Francisco Mendes, primo de ambos, e o último dos papéis tinha a letra de Jorge Dias Brandão. Rodrigo Aires Brandão foi chamado a testemunhar e confirmou as suposições do tesoureiro do fisco quanto à autoria das cartas. Explicou que os negócios mencionados na de Francisco Mendes eram relativos à prisão das irmãs e sobrinhos deste pela Inquisição de Coimbra, que Francisco Mendes considerava terem sido injustas e causadas por acusações falsas, pedindo a Rodrigo Aires Brandão que fizesse diligências sobre o assunto com determinadas pessoas suas conhecidas. Quanto à carta do seu irmão, Rodrigo Aires Brandão nada pôde dizer, alegando que nunca a vira e que não sabia explicar o seu conteúdo. Também um criado dos dois irmãos, Manuel da Costa, reconheceu que a letra daquela terceira carta era de Jorge Dias Brandão mas o réu, quando interrogado sobre aquelas missivas, negou mais do que uma vez conhecê-las ou ser o autor da última, convencendo os inquisidores de que estava a esconder qualquer crime. Por isso, foi condenado a tortura, mas mesmo assim continuou sem nada dizer. Um ano depois foi novamente levado a tormento, desta feita por causa de outras cartas que se encontraram no processo de um seu parente, o banqueiro Duarte da Silva, mas continuou sem nada revelar. Jorge Dias Brandão acabou por ser libertado com abjuração de veemente, cárcere a arbítrio dos Inquisidores, instrução na fé, penas e penitências espirituais e pagamento de custas.

Suporte meia folha de papel dobrada escrita no rosto do primeiro fólio e no verso do segundo; carimbo dos Archivos Nacionais Torre do Tombo.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Lisboa
Cota arquivística Processo 11752
Fólios 79r, 80v
Online Facsimile http://digitarq.arquivos.pt/details?id=2307413
Socio-Historical Keywords Maria Teresa Oliveira
Transcrição Mariana Gomes
Revisão principal Maria Teresa Oliveira
Contextualização Maria Teresa Oliveira
Modernização Raïssa Gillier
Anotação POS Raïssa Gillier
Data da transcrição2017

Page 79r

[1]
[2]
Sr Primo Rodrigo Airez Brandão
[3]
Illue Viamna A 14 de março de 1647

RI A De Vm De 2 do corrte

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donde vejo não ser chegado o Correio estimando
[5]
como Devo a Boa saude q Vm goza. q Deos
[6]
lhe conserve como os aumtos q lhe dezejo; na compa
[7]
Da sra prima Lianor Roiz madrid, e mas sras
[8]
sobras a quem beijo as mãos; fiqando com a mes
[9]
ma ao servico de Vm; e partindome segda
[10]
fra 18 deste avistarme com o sr Primo, no
[11]
Porto, ou no Caminho pa q espero a resolucão
[12]
no Correo; e lhe õrrei de palavra tudo o q
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mais alcancey no nosso nego q promete
[14]
favoravel fim sem cuidado nenhũ, mais q do
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tempo; e ally o pratição os mesmos ministros
[16]
e dirinctos do povo q nos dezejão este bem.

[17]

Fco gomez pto levara Deos Como Bom; e

[18]
àos navios tragaDllos em paz, q fiquão
[19]
aviandosse; e ospuros q ordeney encomendo a Vm
[20]
e os papeis dos auztes, q mos pedem, e a diliga
[21]
De nosso pro mel mendez q beija as de vm e se
[22]
me queixa q por pobre não alcança nada.
[23]
Doasse Vm de sua mizeria. e Das da alma nos
[24]
Livre Deos, e a Vmm gde D Como Dezeja

[25]
o Primo d alma
[26]
Franco Mendes

a carta do Dtor João Roiz

[27]
nosso patricio mande vm
[28]
dar en mão propia q He
[29]
Recomendação de feiras.

[30]

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