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Maarten Janssen, 2014-

Linhas do facsímile

1623. Carta de Maria, freira, para [Catarina de Paiva] e [Guiomar Henriques].

ResumoA autora conta as novidades quanto à sua doença, causada pelo infortúnio das destinatárias, declarando que fará missas e rezará por Filipa de São Paulo e pedindo-lhes que não cessem de encomendar aquele negócio a Deus.
Autor(es) Maria
Destinatário(s) Catarina de Paiva       Guiomar Henriques      
De Portugal, Coimbra
Para Portugal, Lisboa
Contexto

Processo relativo a Catarina de Paiva, cristã-nova de cerca de 45 anos, presa pela Inquisição de Lisboa por judaísmo em maio de 1623.

A ré foi presa juntamente com uma sua irmã, Guiomar Henriques, devido a um testemunho de Filipa de São Paulo, freira do Mosteiro de Santa Ana de Coimbra e irmã de Catarina e Guiomar, ela própria presa por heresia e apostasia pela Inquisição dessa cidade. Acusadas por Catarina de Paiva, as suas duas outras irmãs, Jerónima dos Anjos e Maria da Natividade, freiras do Mosteiro de Santa Clara de Coimbra, foram também presas, um mês depois.

É possível que as cartas inclusas no processo estivessem já na posse da ré por ocasião da sua prisão, embora o auto de entrega não lhes faça referência, ou que tivessem sido entregues por testemunhas no decorrer do processo. As cartas PSCR0441 e PSCR0445 foram escritas pouco tempo depois da prisão de Filipa de São Paulo, na véspera do Domingo de Pascoela de 1623, lamentando as suas autoras o infortúnio que daí sobreveio à família.

Suporte meia folha de papel não dobrada escrita no rosto.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Lisboa
Cota arquivística Processo 5625
Fólios 16r
Online Facsimile http://digitarq.arquivos.pt/details?id=2305658
Socio-Historical Keywords Mariana Gomes
Transcrição Mariana Gomes
Revisão principal Maria Teresa Oliveira
Contextualização Maria Teresa Oliveira
Modernização Raïssa Gillier
Anotação POS Raïssa Gillier
Data da transcrição2016

Page 16r

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minhas sñras corasam tam triste

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e hũa alma tam descomsolada
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como a minha de comtino esta não
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pode dar comsolasoies porq a
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firmo a Vm q desde o dia da
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quele desavinturado suseso a
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te agora não tornei mais em mi
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n q me tomou numa cama com ma
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leytas avia mes de cada
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dia julgue Vm ver eu a que
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m quero maies q os meues olhos
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naquele estado q tal ficaria
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este aflito corasam parese q
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quis des q no cabo de sete annos
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de doensa e de quatro q me não
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bulo de lugar ficase pa
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ver o q tanto me custa des
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me de pasiensia q não sei q
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hei de fazer com estas sauda
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des q me acabam a vida pe
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so a Vm e a snra guimar an
[23]
riques não sesem emcome
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ndarem este negosio a noso snr q o propio
[25]
faso eu e lhe tenho mandado dizer mtas
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misas primitam as chagas de des ouvire
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me ele guarde a Vm e nos comsole oje
[28]
vespora de pascoela

[29]
Cativa de Vm
[30]
soror ma

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