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1833. Carta de Joaquim Alexandre Gravelho e Silvério do Carmo, presos, para um Senhor Melo.

ResumoDois presos escrevem a um conhecido seu tentando convencê-lo a interferir em testemunhos que os poderiam comprometer.
Autor(es) Joaquim António Gravelho Silvério do Carmo
Destinatário(s) Melo            
De Portugal, Elvas
Para S.l.
Contexto

No processo a que pertence esta carta, uma ré é Luzia Bela do Carmo, presa em 1832 no Limoeiro com dois outros réus, soldados. Segundo a corregedoria de Elvas, os três eram autores de vários roubos naquela cidade. Luzia Bela correspondia-se com o seu amante Joaquim Alexandre Gravelho, soldado de artilharia em Elvas, também envolvido nos roubos. A ré testemunhou em 1833 que já tinha estado presa e que fora condenada ao degredo para Miranda do Douro, mas como não sabia o caminho, e como tinha licença do Juiz para ir à sua terra, para além de ter estado muito tempo doente, fora então para Elvas viver com uma amiga de frente para uma prisão do Trem onde estava preso Joaquim Gravelho, indo depois viver para Campo Maior, de onde era natural, numa casa que arrendara. As suas cartas são de quando estava presa no Limoeiro pelo processo de 1832, e de quando estava em viagem, tendo sido apreendidas ao destinatário numa rusga feita a sua casa. Luzia afirmou não saber escrever: quem o fazia por ela, em Lisboa, seria Angélica Maria, outra presa, casada com Francisco Joaquim, preso juntamente com Luzia Bela no processo de 1832. Segundo a ré, Angélica Maria "escrevia a ela respondente as cartas, bem como às outras presas que lá se achavam, dando-lhe por cada uma um vintém". Como prova de que Angélica Maria era a autora material de tal correspondência, o processo inclui também duas cartas anónimas apreendidas em Elvas (CARDS0047 e CARDS0048) que nada têm a ver com as acusações a Luzia Bela. No entanto, Angélica Maria, quando interrogada, defendeu-se negando saber escrever.

Suporte meia folha de papel dobrada escrita na primeira face.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Casa da Suplicação
Fundo Feitos Findos, Processos-Crime
Cota arquivística Letra L, Maço 4, Número 31, Caixa 11, Caderno [16]
Fólios 10r
Transcrição Sara de França Sousa
Revisão principal Rita Marquilhas
Contextualização José Pedro Ferreira
Modernização Clara Pinto
Anotação POS Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Data da transcrição2009

Frase s-3 mais estou munto apaxonado por mori de huma iziminasão q ha Ca na prizão a respeito dos ralhos q eu tive Com o Silverio quando vemce Ca estava i mais o bornardo i mais o João dos sostos
Frase s-4 pois o pedro q esta Ca prezo dise o aditor q eu tinha dito q ele estava inosente quando eu não dise tal q não sei se ele foi o não
Frase s-5 ele de us a vemces e testemunhas i la an de ser pregantados para ver se he verde se eu dizelo
Frase s-6 Com q asim eu i o silverio lhe pedimos por alma de qm tem no outro mundo q pesa o bornado i o João q em sendo preguntados q digão q não ouvirão tal Couza pois vemces bem sabem o q são trabalhos asim
Frase s-7 espero q me fasam esta ismola Snr melo

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