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Maarten Janssen, 2014-

PSCR0256

1668. Carta de André Lopes para a sua mãe, Margarida Nunes.

ResumoO autor pede à mãe que convença o pai a escrever-lhe para que ele possa ter notícias da família. Diz que, embora esteja de saúde, tem estado muito desconsolado.
Autor(es) André Lopes
Destinatário(s) Margarida Nunes            
De França, La Rochelle
Para Portugal, Évora
Contexto

O autor das cartas é filho do réu deste processo, Gaspar dos Reis. O réu, cristão-novo, mercador em Évora, foi acusado de judaísmo, heresia e apostasia, pelo que foi preso a 10 de junho de 1668. No momento em que foi preso, tinha consigo uma caixa de tabaco, uma bolsa com 3216 réis, uma moeda de 5 tostões e alguns papéis. No auto-de-fé de 21 de setembro de 1670, foi condenado a abjuração em forma, cárcere e hábito penitencial perpétuo, penas e penitências espirituais e instruído nos mistérios da fé.

O réu, a sua mulher, os seis filhos de ambos e respetivos cônjuges foram todos acusados de judaísmo: Diogo dos Reis, ourives, casado com Maria Duarte; André Lopes, 20 anos, solteiro; Matias dos Reis, 17 anos, solteiro; Maria Pinta, casada com o primo André Lopes, médico; Clara Nunes, casada com o primo Manuel Lopes, tratante; e Ana, de 5 anos.

Manuel Pinheiro, estudante universitário, de 22 anos, filho de Gaspar Pires Pinheiro fora também acusado no processo de ser judeu e medianeiro de cartas e recados que levava à prisão. Esta e outras testemunhas confessaram ter-se achado em presença do réu, do seu filho André Lopes e de outros familiares, dizendo que todos eles declararam acreditar e obedecer à lei de Moisés.

Suporte meia folha de papel dobrada, escrita no rosto e no verso.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Évora
Cota arquivística Processo 800
Fólios 22r-v
Online Facsimile http://digitarq.arquivos.pt/details?id=2362804
Socio-Historical Keywords Maria Teresa Oliveira
Transcrição Leonor Tavares
Revisão principal Raïssa Gillier
Contextualização Leonor Tavares
Modernização Raïssa Gillier
Data da transcrição2014

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Jezuz Maria A Rochelle 19 de Junho de 668

Mai e sra Do meu corasão estimarei tenha Vm mto boa saude eu fico com esta a Jezuz mtas grasas ainda q bem molestado com esta minha comta pois cada vez q cudo nizto me da o miolo huma volta e digo q sou o mais dezaventurado homen q naseo de mulherez mas enfim pasiensia me dis deuz pa q tenha pasiensia e lhe não peso outra coiza mais q me Leve pa sy pois me vejo tam dezarangado q mais não pode ser mas enfim não quero dizer tudo porq bem sei dou mta molestia a Vm

Peso mto a Vm fasa com meu pai q me responda poiz não tenho outro alivio mais q o de suas novas e lhe peso tamen fasa por puchar por ele pa estas partes q são os milhores paizes q deve de aver em todo o mundo o quando não mandeme Vm dizer pa donde fazem gornada e com isto não sou mais largo porq se esta partindo o navio gde Ds a Vm a Rochelle Dia Dupla

fo mto obidiente de Vm Andre Lopez


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