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Maarten Janssen, 2014-

PSCR0077

1559. Carta Jorge Pinto para Catarina Lourenço, sua mulher.

SummaryO autor diz à sua mulher que em breve irá ter com ela e recomenda-lhe paciência, além de tratar de outros assuntos familiares.
Author(s) Jorge Pinto
Addressee(s) Catarina Lourenço            
From Portugal, Lisboa
To Portugal, Tavira
Context

O réu deste processo é Jorge Pinto, escrivão das galés do rei, acusado de bigamia pela Inquisição de Lisboa. De acordo com diversos testemunhos recolhidos, Jorge Pinto contraiu matrimónio com Catarina Lourenço quando a sua armada de galés passou algum tempo em Tavira. De acordo com outro conjunto de testemunhos, ele casou-se com Isabel Ferreira quando mais tarde regressou a Lisboa. Perante a Inquisição, o réu afirmou sempre que nunca havia consumado a sua ligação com Catarina Lourenço. Isto, no entanto, é desmentido pelas cartas incluídas no processo.

Nota: no fólio 26v, abaixo do sobrescrito, vem uma lista de nomes e pagamentos realizados, claro exemplo de aproveitamento de papel.

Support uma folha de papel dobrada escrita em todas as faces.
Archival Institution Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Collection Inquisição de Lisboa
Archival Reference Processo 6398
Folios 28r-29v
Online Facsimile http://digitarq.arquivos.pt/details?id=2306447
Socio-Historical Keywords Tiago Machado de Castro
Transcription Tiago Machado de Castro
Main Revision Fernanda Pratas
Contextualization Tiago Machado de Castro
Standardization Fernanda Pratas
Transcription date2015

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Pa srã caterina Lco jũto de santana allẽ da põte / ou ao sõr domĩgues Roiz moura to / de jorge pĩto sra molher

mto tristi fiquey ser tão mofino q me não achey vm pa ella dar graças a noso sor, se aV po svido de levar sua may e minha, e pa q ambos outo nos cõsollasemos. peçolhe como a minha sra e molher q tome tudo pasiencia como pa q ve todas as oras chamar ds prĩcipes e Reys e gramdes senhores, e pequenos q pa yso somos seus, e bẽ ditosa lhe he pa q elle chama estado de graça, ja pareçe q pois neste tpõ a chamou q sera pa lhe dar sua santa gloria. e quãto a sua breve doẽça não tome diso paixão q temos q noso sor quer mto quãdo nos não deixa jazer p mto tpõ cama, asy pa não estarmos tanto pecado como po não daremos tantos trabalhos. tudo o q elle faz he bẽ feyto. e pa nosa sallvação, peçolhesra mto po merçe q acabe cõsiguo curar o q p tpõ se cura, pois q da mta paixão não proçede nenhũ feito, mas ãtes dahy vyr hũa doemça atemtamos a noso sor, e creia vm q se eu ysto bẽ não ẽtemdera q nenhũa pasyemcia tyvera pois q pder a sua may pdy mais q mai e molher. e porẽ cõsolome saber q são cousas de noso sor, e V q nos dai saude e dias de vida pa q ãbos mtas lhe fazemos bẽ po sua allma. como espero noso sor de ser q a quẽ eu tãto quis na vida não me esqueçerey sua morte, q semp me allenbrara o mto q me queria e fazia. eu tãto q a sua vy loguo quisera deixar tudo e partyrme de qua por me pesar de vosa descõsollação pa q me V a syntise menos. mas o tpo não me deu luguar q nenhũa cousa e vossa quisese fazer po amor da Raynha q ha pto de mes q estaa nosa sra da esperãça. q se ysto não fora ja ajuda de noso sor fora bẽ despachado. e o tãbẽ não teynho aimda acabados os negocios de minha irmãa os q mto me estrovarã. e porẽ tudo isto não he nada deixar po os desejos q tenho de tall tpõ a V. mas como eu sayba q como mto descreta curara tudo, e sabera de desejar de ir de qua termo de a ter mto õRada, pasa po esperar q a Raynha me acabe de despachar, o q sera brevidade poq de dia e de noyte não dromirey po o mto q me aReleva ser logo vm e mais me dyzer hũa molher sua vizinha q ella desejava não viver ahy, e q se ora eu mãdase Requado q virya qua. Rogolhe mto q se não aguaste q não sera õRa minha nẽ sua bullyr cõsyguo, q eu estou quasy de caminho e lla iremos pa omde noso sor for Svido. tanto q esta vyr me espva logo q todas as oras ey de esperar po sua carta. e não descãsarey ate a não V po saber como estaa. e mays não me mande nada, q de nenhũa cousa teynho necessidade, mais q de saber q esteys de saude. e de ter cudado de buscar o q nos he necessario tudo qua me derã. aos senhores meus cunhados domiges Roiz e guaspar mourato lhes peço mto po merçe q olhẽ po o q lhe for necessario q eu irei de qua e tudo eles Svirei e paguarei mto bẽ, q Follguẽ de a cõsollar e ẽparar ẽquãto de qua não vou. e q olhẽ o tpõ como esta mudado e q mudẽ a cõdição, ao q são obrigados asy pa ds como pa o mũdo, e lhes peço q este ajan po sua po quãto o portador estava depresa. o portador desta lhe dara a casa q me mandou pydyr, e o synto de domỹgues Roiz meu cunhado. e a senhora ama fere se eu viver sabera de quãto me anojou beije as mãos po mỹ a ma fonso e a todas pas q po mỹ pguntaRẽ e ao sor ãto teyxeira beijo as mãos de sua m e lhe po mỹ beije as mãos ao sor seu pai. e minha cunhada q beijo as mãos de sua m e q disto mto pvilha Fyquo Roguãdo a noso sor q a tenha sua guarda e de mta cõsollação, e a mỹ deixe ir de qua saude pa lhe guanhar pão q quema. e viveremos mtos anos mto amor no seu sãto Svico. oje õze de janro de 1559 anos

de seu marido e grãde amiguo, jorge pĩto


Legenda:

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