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Maarten Janssen, 2014-

PSCR0382

[1615]. Carta de Bento Barbosa, homem do mar, para a sua mulher, Ana Lopes, lavadeira.

Author(s) Bento Barbosa      
Addressee(s) Ana Lopes      
In English

Family letter from Bento Barbosa, sea man, to his wife, Ana Lopes, laundress.

The author gives news to his wife, saying that he is alive and telling her the adventures and illness he has gone through, thus justifying the fact that he has not written or showed up earlier.

The defendant in this process is Ana Lopes, who admitted to be guilty of bigamy. She told the Inquisition that, twelve years earlier, she had married Bento Barbosa, in Lisbon, with whom she had a child, who died in his infancy. After two years of marriage, her husband went to India, and she only got from him one letter (PSCR0382), in which he tells her about his adventures and illness. Since many years went by without any news from him, she presumed that he was dead and, following other people's advice, she got married again in 1623, this time with Varão Gonçalves, from Coimbra. In August of that same year, she got two letters from her first husband (PSCR0383 and PSCR0384), whose authenticity she proved by the handwriting and some specific words that she knew well. She immediately left her second husband and confessed to the Inquisition. Later, however, an official document from a notary attested that she had never been legally married to any of those men. No other registry about the fate of Ana Lopes is included in the process.

If there is no translation for the letter itself, you may copy the text (while using the view 'Standardization') and paste it to an automatic translator of your choice.

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mer||mulher ana lophes Rua da pintora ou aonde ela estiver q ds g bento barboz

permita noso snor q esta vos tome con perfeita saude q este voso marido vos dezeja ja estou muito emfadado de escrever tantas cartas como tenho escrevidas sim ter reposta de nenhuma e ja me parece q não sou alembrado por bento barboza mas quando vos istiveres mais descuidada antão vos ei de emtrar pela porta se deos quizer por iso estai avertida do q vos emporta porq não poso mais q nestas partes quen não tem cabedal pa guaanhar sua vida não chegan culpa a não tive noticea estando na china q vos me escreveras por ho carbalho q fomos ja embarcados numa armada cervindo el rei q porouvera deos q não me metera a cervir el rei porq não pagua jamais q com papeis mas ja estou desemganado de o servir se não ce for con prata na mão novas minhas são ficar de caude deos louvado pa tod o sempre mandai boas novas a vosa sogra de min e mais a minhas tias irmãs de minha mai escrebe a a minha mai q digua a minha tia dona iabel q coma muito embora o q me deixou meu pai q deos tenha no seu reto q sedo me deos trata pa recadar o q for meu e q de a saber ao jois dos orfãos q sou vivo e mais ao escrivão q core os papeis dos orfaos e de tudo isto eu tenho a culpa poi não quis arecadar o meu ja vos sabereis dos riscos q pasamos quando ce perde a nau na costa de milinde ce não forão os mouros q estavão fazendo resgmento naquela costa ja nos querião cortar a cabeça mas os mouros derão por nos muitos panos q trazião pa venderen a hes propios ano não tive dia de saude por respeito das mas augas q ali avia naquela costa o comer era marisco da proha e tam bondia q o podiamos achar pa comer cru q não lhe damos lugar a mais mas como fomos a bombuca logo nos derão duas pataquas pa comer e as quais não herão pa quinse dias pasamos muitas nicidades quantas deos sabe dei a noso señor muitas gracas pelas boas orasois q por min vos tendes razadas q me faz deos tantas mces q mais não pode ser o q vos peço q não vos dexeis esqueser das vosas romarias a nosa senhora do êmparo q ela me tem feito moitas mces nas minhas viages ca destas partes do sul podeis dar estas pouco boas novas antonia dias q o seu fo he morto q nunqua falou comiguo a perposto como via q eu servia ilrei do mais sênper me perguntava por sua mai eu pouzei na sua caza muito tẽmpo loguo como soube q sua irmãn hera cazada não quis mais cuidando q hera comiguo mas como lhe eu dise a verdade loguo ficou muito triste e me espidio q ja estava sãu e me perguntou q detriminava q não podia ter soldados em sua caza porq ja o mundo falava perguntavão q homen hera eu e ja eu me detriminava pa apquela somana de me embarquar não sou rezão q dei boas novas a quem por mim perguntar a meu primo e mais a sua molher que bem lhe peco que me emcomenden a deos deste voso marido ate morte que deos garde

bento barboza

Legenda:

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