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Maarten Janssen, 2014-

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1822. Carta de Maria dos Prazeres Soares de Abreu e Melo para Jacinto Rodrigues Novo, feitor.

SummaryMaria dos Prazeres Soares de Abreu e Melo pede ao destinatário que tome conta da casa na sua ausência.
Author(s) Maria dos Prazeres Soares de Abreu e Melo
Addressee(s) Jacinto Rodrigues Novo            
From Portugal, Coimbra
To Portugal, Viseu, Papízios
Context

O réu deste processo é António José Cabral de Melo e Pinto, desembargador e corregedor da comarca de Beja, considerado culpado da morte da mulher, Maria dos Prazeres Soares de Abreu e Melo, e condenado a degredo perpétuo. No processo existem várias cartas, na sua maioria lidas e copiadas pelos advogados. Há cartas escritas pelo réu à sua mulher, e cartas escritas pela mulher a várias pessoas. O primeiro conjunto de cartas foi utilizado pela defesa para demonstrar como entre marido e mulher não havia qualquer animosidade. Um segundo conjunto foi já utilizado pela acusação para mostrar que o réu duvidava da fidelidade da mulher e por isso mesmo ter-se-ia fingido vítima de um assalto, no decurso do qual Maria dos Prazeres fora assassinada. Segundo a acusação, no assalto estariam implicados os criados do desembargador, seus cúmplices. A carta transcrita foi endereçada ao feitor e compadre, Jacinto Rodrigues Novo, e escrita por Maria dos Prazeres durante a jornada entre Papízios e Lisboa. Na carta foram feitas várias recomendações em relação à casa de Papízios.

Support meia folha de papel dobrada, escrita na face e verso do primeiro fólio, com o sobrescrito verso do segundo fólio.
Archival Institution Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Casa da Suplicação
Collection Feitos Findos, Processos-Crime
Archival Reference Letra A, Maço 4, Número 12, Caixa 11, Caderno [22]
Folios 19r-v
Transcription Cristina Albino
Main Revision Cristina Albino
Contextualization Cristina Albino
Standardization Sandra Antunes
POS annotation Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Transcription date2007

Page 19r > 19v

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Fevro de 1822
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Meo Compe Jasinto

Aqi chegamos com filis suseso não

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nos acontesendo coiza ninhuma a ningem
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da susia so tivemos mto frio no Riio
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do mais pasamos otimamte e pareseme que
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nem fis jornada: amanham sedo parti
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mos pa Lisboa: estimo que ahi pasasem
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bem: i a Ma Delfina i Joaqina de qem ta
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nho imensas saudes i suas: não esqesendo q
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de cuaze toda a gente desa fregezia
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pois me obrigarão mto pelo q chora
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vão: Des perdoe a qem teve a culpa: esti
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marai q a come pasase mor de lhe mtos
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e mtos recados meos: q estimarai q ela
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logo se restabelesa como eu lhe dezejo
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Diga a Ma Delfina q arecade a Escri
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vaninha q ficou na sala fundeira e
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q tanha bem cuido nas portas: i quando
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elas forem a Misa q fiqe por ahi o Mel
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o Vmce q lhe torno a recomendar nem
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huma palabra a respeito destas coizas
[22]
acabou todo: q lho peso eu q me trate bem
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do canario i do Dise: não esqesendo os mais
[24]
gatos i cais: q lhe cozão panelas de cal
[25]
do i botem lhe Boras de Azeite pois tam

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