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Maarten Janssen, 2014-

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[1744-1745]. Carta de Francisco Álvares, cirurgião, para António Rodrigues Lima, vigário geral.

SummaryO autor suplica ao destinatário que o autorize a regressar a Portugal, expondo o caso que o levou à prisão e declarando-se culpado.
Author(s) Francisco Álvares
Addressee(s) António Rodrigues Lima            
From Brasil, Bahia
To Portugal, Lisboa
Context

Processo relativo a Francisco Álvares, cirurgião de 36 anos de idade, natural das Caldas da Rainha, enviado para o Brasil pelo Conselho Ultramarino como meirinho das execuções do lugar de Caité, comarca de Sabará, bispado do Rio de Janeiro.

O réu foi acusado de bigamia por ter casado com Rosa Teresa de Jesus, natural da Bahia, estando viva a sua primeira mulher, Maria de Jesus, natural de Friúmes e moradora em Lisboa. A denúncia partiu de Inácio Duarte, oficial de latoeiro, natural do Porto, por ordem de André de Melo e Castro, Conde das Galveias e Governador da província de Minas Gerais. Preso a 24 de julho de 1743, Francisco Álvares foi condenado, em auto-da-fé de 21 de junho de 1744, a ser açoitado pelas ruas públicas da cidade e ainda a abjuração de leve suspeito na fé, a degredo para as galés de sua majestade por tempo de 5 anos, a instrução na fé, a penas e penitências espirituais e a pagamento de custas.

Support uma folha de papel dobrada, escrita nas duas primeiras faces.
Archival Institution Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Collection Inquisição de Lisboa
Archival Reference Processo 12196
Folios 44r-v
Online Facsimile http://digitarq.arquivos.pt/details?id=2312397
Socio-Historical Keywords Catarina Magro
Transcription Leonor Tavares
Contextualization Leonor Tavares
Standardization Catarina Magro
Transcription date2016

Page 44r > 44v

[1]
não como a ma obrigacam e dezo apeteçe, pois ja a Vsa escrivi pa
[2]
q foce servido mandarme a sua preza com a siguranca neçesra pa
[3]
dizer o q por ma disgraça em min sintia neste par e como não
[4]
tiveçe a dita de o concçeguir, asim como tambem nas suplicas q
[5]
a Vsa fis a Vsa por varias vezes, onde nellas pedia me remeteçe pa
[6]
o reino, e como não foçe referido emthe o prezte vendome neste in
[7]
ferno de vivos, agora mais q nunca, chegado ás portas da morte, alem
[8]
das mas molestas corporeas, vivo na maior consternação e perigo, q se pode
[9]
imaginar, tanto por falta de béns, pois esse pouco q pessuhia, com dous es
[10]
cravos, como a Vsa bem notro se aposou delles voluntramte Thereza Ma
[11]
ria de jezus mer meritris( sem eu lhe dever coiza alguma, mas antes
[12]
me estruhio o milhor de sinco mil cruzados, como no pleito q corre no
[13]
juizo de fora vou mostrando, ( no dia segte q me reçebi pois nesse do
[14]
dia vim prezo, como tambem pello exçesso segdo o avizo q tive
[15]
e tenho exprementado, o quererçeme acabar os dias da vida, e por
[16]
meios q não sera dificultozo; não por estas rezõins, como prin
[17]
çipalmte pellas obrigaçõins q tenho como christão pella gca de Ds acu
[18]
zarme de mas indigestas culpas, em que cahi, não como ser de homen, mas
[19]
sim como de bruto, q comfeço se não fora católico, e criado com o leite
[20]
da igra mai, na conçideração de ter cometido tão ignorme absurdo, ti
[21]
vera perdido os sentidos:

Eu senhor, comfeço; com lagrimas de sentimto, cho

[22]
ro sem remedio, a minha disgraça, pello modo q posso, e com a pura verde a ql
[23]
vsa podera mdar examinar pellos meios q milhor for servido;

Prostrado aos Péz de Vsa com a sumição posivel, digo, e comfeço, eu sou

[24]
cazado em Lxa e fo de jozé gomes, e de ignes Ma nal de Va das caldas, Ba
[25]
ptizado na frega de sta Maria de Populo, da mesma va e vendo me ti

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