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Maarten Janssen, 2014-

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1827. Carta de Maria José Benedita Franca de Barros para Dona Gertrudes Caetana Fialho.

Author(s) Maria José Benedita Franca de Barros      
Addressee(s) Gertrudes Caetana da Cunha Fialho      
In English

The author writes to a friend, giving her some information and advice

The defendants in this process are Maria Isabel Barreto de Pina and Gertrudes Magna, both accused of stealing in the house of the Counselor José da Cunha Filhado, who had passed away. The complaint was presented by Gertrudes Caetana Fialho, sister of the deceased and married to João Paulo Fabre. Due to the lack of evidences, the defendants were considered not guilty , but the complainant contested the decision. The defense argued that the letters presented as proof of guilty had no value, since most of they didn’t even have stamps. Some of the letters were believed to have been written by the complainant’s acquaintances or by herself, Gertrudes Fialho. The process contains a petition signed by the people of Torres Vedras, on the defendant’s behalf.

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Text: -


[1]
2 de julho Ilma Snra D Gertrudes Caetana Fialho
[2]
Minha Rica amiga
[3]
dezejo mto saber o motivo q lhe Cauza a priVarme das ámaVes experçonis de VSa
[4]
pois tendo eu hum duente a tratar pa mim maior sepozisão,
[5]
ja com esta são tres
[6]
a primeira respondendo a de VSa pelo Coreio
[7]
a segumda foi piquena pello Capote em q lhe mandaVa sertos boCadinhos de hu-ma demanda q tem o Antonio Jermano Com as patronas do pipa assinada pa VSas se deVertirem e milhor verem os bons Creditos q o tal F tem
[8]
e de nada tenho tido resposta
[9]
o que mto sinto seja qual for o motivo
[10]
emto mais se for por falta de saude,
[11]
agora Remeto as rezonis q fes o meu letrado pa o agravo da grande Getrudes ficandome o sentimento de sahir Comtra nos
[12]
mas ja nao ademira pois pa milhor se cunhoser o partido daquelas patifas..
[13]
athe agora saio pa a Rua o Casareiro porq nao Comsentia tudo q elas e eles queirão pois athe modarão a Caza pa a Cadeia irmanos maridos afilhada tudo asiste
[14]
Veja como o pobre Casareiro se nao aVia Ver Com tal malta
[15]
emfim tantas queixas fizerão dele athe que o Sr Coregedor o pos na rua e entrou hum neto querido de Maria Izabel
[16]
agora fasa ideia deste partido
[17]
duentes nunCa nunCa estiverão pois em Caza de duentes nao se fazem partidos de Jougo e huma molher doente nao dorme Com o marido pa estar Ocupada
[18]
emfim elas dali nao sai sem Verem o fim desta demanda pois querem Ver os toneis na prasa
[19]
eu não poso fazer mais senão tudo que for em benefisio da minha amiga pois mto dezejo.
[20]
Cubra os olhos a esta Corja
[21]
mas todo eiró foi do prinsipio e agora tinha remedio se elas fousem pa esa e confesacem mas este medo da Comfisão a rezão dos impanhos pa não hirem
[22]
mas VSa Ja deVia ter rrequerido pa serem remetidas sem dependensia de emfrumasão alguma e Com esta ordem dois soldados pa as leVar rapidamente não lhe dando tempo a recrimtos
[23]
e de outro modo nunCa as Verá em lisboa
[24]
elas Vam fazendo a Sua e Vão SerVindo de empanhos pa VSa sahir mal de tudo
[25]
emfim o Seu procurador milhor lhe dira as trapalhadas q se fazem
[26]
a Carta não tem Vigor pois eu Ja me aComsilhei e me dizem q tinha Vigor dentro das Sinco legoas e pa aqui xhega alsada do rejidor Justisas
[27]
não sei espliCarlhe a pena que tenho disto pois dezejo mto Vela fiCar bem
[28]
de o letrado não poso dizerlhe o nome pois pa me bzequiar tudo q souber quer fazer mas e o direi Se Ds me Comseder o gosto de a Ver de lhe falar,
[29]
imtão diria tudo quanto sinto
[30]
mas pode Cre q peso por Cauzas de VSa Como minhas,
[31]
quanto pode fazer huma verdadeira amiga e q Comfesa ser obrigadamte
[32]
mais peso a VSa me reComende mto e mto o meu Corasão e q lhe remeto esa grande prenda da feira
[33]
não esquesendo o Illmo Snor João Paulo
[34]
e a mesma expersão fas o meu homem e filho
[35]
Maria Joze

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