O padre Manuel José Ribeiro Pontes escreve a frei Simão de Santa Ana a contar a conversa que teve com mais três religiosos sobre o tema do livre arbítrio e a perguntar se tinha a obrigação de denunciar o que lá ouviu. A resposta é escrita no espaço deixado livre pelo autor (ver CARDS2034).
[1] | q se J Christo nos não resgatasse q todos eramos
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[2] | condẽnados; e então elle disse,
q seria por peccados q
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[3] | fizessemos; e eu então lhe disse, q ainda q não tives
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[4] | semos outros peccados, mais
q o Original: tambem fa
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[5] | lou a respeito das Graças efficazes, ou sufficientes, por
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[6] | modo de quem zombava; e pareceme q vinha a dizer
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[7] | pois
são sufficientes, e não se obra com ellas? ou outra
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[8] | couza similhante; mas por modo de quem se ria: Tam
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[9] | bem
qdo se falou da predestinação, e eu lhe disse do me
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[10] | dico, ou outra couza q disse S Agostinho; e elle então dis
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[11] | se, q
era argomento de Lavrador; e então outro Pa
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[12] | dre lhe disse q athe agora não se lhe tinha dado
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[13] | resposta; e outro Padre, qdo elle falava da
predestina
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[14] | ção , (e não me lembra como) disse q por isso sempre
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[15] | lhe agradara a sentença post provisa merita; e di
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[16] | go isto, porq não sei se
o outro diria mais alguma cou
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[17] | za, q se não acõmodasse nem com huma, nem com
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[18] | outra sentença. Ora
eu acabada a conversa falei
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[19] | com hum dos dous Padres, q ouvio tudo isto, e lhe per
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[20] | guntei se teria obrigação de o denunciar, e elle
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[21] | me disse q
não; q o tal Padre q proferio as ditas pro
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[22] | poziçoens, q era catholico como os mais, q como por
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