O autor relata o que tem passado, quem o tem apoiado na solidão em que vive e o que vai sabendo de certas pessoas suas conhecidas. Transmite igualmente algumas informações sobre a circulação de embarcações, alguns detalhes sobre o comércio de certos bens naquelas partes e muitas lembranças a familiares e amigos.
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[2] | Louvado seja o santissimo
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[3] | sacramento, pa todo sempre
Primita nosso snor que esta ache a Vm com aquela
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[4] | saude e vida que eu lhe desejo por largos annos e noutro
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[5] | estado deferente do que o deixei asim pobre como viuvo
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[6] | mas nosso sor acudira como pode, Novas minhas são,
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[7] | estar já deos seja louvado em goa e cheguei a goa a pascoa
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[8] | pasada de seissentos e trinta e quatro annos vindo de diu, com
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[9] | lisenca do capitão da fortaleza pa me vir curar a goa por ser mto
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[10] | doente aonde estive em diuu sangrado vinte tres vezes
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[11] | com ventozas sarjadas sacramentado e ungido quis nosso sor
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[12] | darme saude seja pa o servir estando em goa tornei adoeser
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[13] | aonde fui ao espital e me sangrarão quinze vezes e purgado
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[14] | e outras medisinas que se fazem aos doentes dando gracas
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[15] | a deos contudo em terras alhas e tendo passado mtos trabalhos
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[16] | e desgostos e verme so sem ter quem me valese nẽ acudise se
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[17] | não so deos e mais o padre João galvão filho do sor simão gal
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[18] | vão amiguo de Vm a quem Vm e mais eu devemos mto emcomen
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[19] | dar a deos asim a vida do padre João galvão como a do sor seu
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[20] | pai que ainda o ha de ver diante dos seus olhos porque
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[21] | he padre mto honrrado e pode mto em goa mas abasta ser
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[22] | filho de quem he porque afirmo a Vm sor pai que se o pa
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[23] | dre não fora não sei que ouvera ser de mim porque
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[24] | tanto que cheguei a goa loguo me buscou hũ lugar de
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[25] | bombardeiro, na nao nossa snora de belem que qua fiquou
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[26] | que ds leve a salvamento ao Reino metendose tãobem
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[27] | nisto o sor inquizidor mor de goa aonde por esta via
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[28] | mo deu, o sor veador da fazenda Joze pinto pra que veio
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[29] | por capitão mor na naveta aonde vim e se levar alguã
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[30] | couza a responder o padre João galvão he que ma busqua e
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[31] | fiqua por mim e he o que me avia pa me vir pa portu
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[32] | gal Na Nao Nossa Snora de belem aonde vou que ds
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[33] | leve a salvamento ao Reino, e Veja Vm com que se pagua
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[34] | tudo isto que ainda que fora meu parente ou primo se podia
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[35] | mais fazer que isto que me tem feito mas bem comprio
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[36] | o padre sua palavrava como tinha dito a Vm que se
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[37] | deos o trouxese a salvamto Vm viria o que elle fazia comiguo
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