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[1818]. Carta de Ana para Ana Augusta Ferreira de Mures, sua sobrinha.
Autor(es)
Ana
Destinatário(s)
Ana Augusta Ferreira de Mures
Resumo
A autora informa a destinatária, sua sobrinha, sobre a situação do irmão, que está preso.
Texto: -
[2]
Nada de te mortificares Com os revezes de teu Irmão
[3]
tumalos Como
mandados ao Çeo
que numca são pa nosso mal;
[4]
Louvemos
a
qm o dá q inda
Castiga Com mta mizaricordia
[5]
Se os
Stos os Sofrem
qdo
Ds lhos manda Sem o mereserem Como o não.
[6]
Sofreremos
nós que o meresemos:
[7]
Eu nada delle Sei Senão
q o Crime
Já está na
Intenda e o Corrigidor dise a Sua Irmãa e dizia
q os Coittos lhe tinhão
ido pedir mas não dá boas Esperan
sas dali hirá
pa onde Ds
quizer,
[8]
elle não tem nem quem
nem huma unica pessoa a seu favor
[9]
todos dizem é
mto mau
homem
[10]
ali estará toda a sua Vida
e eu Já se me tem ido
qto tinha de provimto
pa á ma Caza pois de
Fora elle só inda
iria suprindo, mas outro homem ca Mai não pode ser
nem
la posso q tanto me não farião a mim em iguaes
sisConstas
[11]
faso pelo amor de
Ds
emqto posso q em não
queren
do o mesmo Ds me não obriga
[12]
Ja se lhe venderão as bestas
e aDs
[13]
Joanna da bem Conta pedio por elle o Juis do Crime
[14]
elle
lhe dise
q o Crime Já não estava na sua mão e
q era Couza
diabolica e Armas de Fogo,
faca e huns ferros de prender
os dedos.
[15]
Nosso
Sor Já mto farto
das suas ofensas lhe está dan
do os
agradecimtos
[16]
Eu Já não qro pedir mais
pa não ouvir
o
q me emvergonha
[17]
ate hum
Sugto de Coimbra dise a huma
Sra deste Convto
Sra não pesa por este homem
q não sabe
o q
pede -
[18]
emtão qm ha de falar em tal óh
Anna
[19]
o abuzo dos meus condos está
Ds pagando Com lhe dar o
q
Eu sempre pensei
[20]
Izabel Porcea
me dise na ma Cara
Sra
D
Anna Eu estive em salReo e sei seu Sobro
é mto
terrivel e não é só Ladrão o
q furta na estrada
[21]
tem-
bem o
q não paga a qm
deve:
[22]
isto tem elle não hé ho-
mem q
sirva a suas Irmans senão de mta Ruina
[23]
Eu tenho
dó das suas Sobras mas o mal fizeram ellas
mesmas a si,
[24]
ora asim mmo tem pedido
mto o seu Irmão
as
Sras das Lagrimas mas nada.
[26]
tratem
verde
pa
Ds os ajudar.
[27]
teu Irmão tem sido perguntado
pellos Menistros
[28]
Cada dia dis sua Couza qdo o
q se dis á -
primra ves Se dis sempre,
[29]
inda o Juis do
Crime ardeu
Com estas tolisses
[30]
está em Coimbra avaliado teu Irmão
pello
maior Asno do mundo
[31]
Eu até tenho vergonha
disto e tua Mai
[32]
hum bandalho pellos tribunais
q Cauza não dó mas Rizo de porca e Rota,
[33]
as
Servtas
bem o dizem na Porta
[34]
grasas a
Ds
q não falo Com ellas
[35]
Saudes a Ludevina e da
Joaqna Luiza e
Frca
emcomenda-
te a Vossa Sra
[36]
e não tenhas soberbas
q essas estão bem
abatidas
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