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Maarten Janssen, 2014-

CARDS5051

1822. Carta não autógrafa, assinada F. G., para Leandro da Costa, fazendeiro.

SummaryUm indivíduo não identificado, que se assina F. G., avisa o destinatário da existência de um recetador para um roubo de que ele é queixoso. Transmite também uma série de acusações em relação à capacidade de figura, o 'Compadre', responsável pela fabricação de testemunhos falsos.
Author(s) Frederico G.
Addressee(s) Leandro da Costa            
From Portugal, Lisboa
To Portugal, Lisboa
Context

Leandro da Costa, destinatário da carta, testemunhou que José Luís, fazendeiro, réu de um processo, lhe roubou a quantia de 59 réis. A carta aqui editada foi apresentada como prova da existência de testemunhos fabricados.

Support meia folha de papel dobrada, escrita nas duas primeiras faces e com sobrescrito na última.
Archival Institution Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Casa da Suplicação
Collection Feitos Findos, Processos-Crime
Archival Reference Letra J, Maço 227, Número 11, Caixa 597, Caderno [1]
Folios 201
Socio-Historical Keywords Rita Marquilhas
Transcription José Pedro Ferreira
Main Revision Rita Marquilhas
Contextualization José Pedro Ferreira
Standardization Rita Marquilhas
Transcription date2007

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Ao Sr Leandro da Costa Sr Leandro da Costa

Por me compadeçer de Vmce e ver que vai ficar Reduzido á ultima desgraça ficando triunfante a mentira, e atremada e oprimida a verdade, que sempre deve triunfar; avazoavizo a Vmce que o seu Roubo foi vendindo por Joze Luis, ó Ladrão q está prezo, a hum Ourives na rua do Ouro, que tem duas portas e não tem tabuletas por apelido o Cunha q contraste, veja como ha de fazer esclareser esta verdade que sertissimo, porq eu ouvoouvi comverssar o Compe com a mulher do prezo; tanto que quando falou nisso, também disse haver ralhado mto com elle por haver confeçado aos offeciaes, e na prezença do Menistro, e q lhe tinha recomendado q negasse, e q se disse aquilo q hera por não hir pa a Cadea. sirva-lhe tambem de governo que o Escrivão dos Autos lhe fez a Vmce todo o mal nos ditos das testemunhas, a favor do Ladrão, por dinheiro q o Compe lhe tem dado, pois asim o houvi estar dizende a Come mulher do Ladrão Vmce bem sabe, que todos neste Lugar fazem o q o Compe o Compe diz, e quer que se diga, pela sua riqueza e sim como diz que o ha de queimar, pedindo-lhe injuria perdas e danos: eu ja á muito tempo q tenho querido fazer-lhe este avizo por descargo da minha alma, o que não podia ser por eu não saber escrever, agora o fiz por achar quem mo fizese, hei de estimar que Vmce axe tudo que lhe digo serto, pois neste Lugar todos sabem q elle hum Ladrão refinado, e se calarão o que sabem pella dependençia q teem do Compe Vmce sertamente não tem dito ao seu Letrado, q as testemunhas q derão a favor dele, o mesmo Compe e a nora do Compe a maria do Compe pois nem o Escrivão lhe deveria tomar semelhantes testemunhas

F. G.

Legenda:

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