O autor, lamentando-se da sua sina e de estar distante dos pais, implora pelas suas bênçãos e prepara-os para a receção de notícias menos afortunadas; descreve diversas peripécias por que passou desde que chegou ao Brasil, confessa ter desobedecido às ordens do pai e anuncia ter casado em Goiás.
[1] | Coutinhá que he minha sogra e
moramos
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[2] | parede meió porque virão as cartas em oca
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[3] | ziam que Eu não
esteja na terra pois an
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[4] | do em negosio comprando e vendendo
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fazendas e sedo hirei na bahia fazer tam
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[6] | bem
negosio em Escravos e se Ds me ajudar
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[7] | e
vmce me conseder Lisensa hirei ainda par
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[8] | ticipar do calor da sua cuzinha. Por estar o
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[9] | portador a persa
me não Largo mais com
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[10] | estes Lemitados Borrois
pa asim dar algum
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[11] | allivio aos meus olhos
pois mais são as lagrim-
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[12] | as que caiem no papel que lletras
escrevo
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[13] | com a pena só em consedirar o comó me ve
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[14] | jó e comó
vmce ficará e sra minha
Mai em
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[15] | sabendó que estou cazado isto tendome
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[16] | detriminado que do
rrio não sahise emte
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[17] | mandaremme buscar pa a sua
compa e Eu
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[18] | andar tam errado mais ja quando
nasi
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[19] | foi pa vri cazar em
guiazes com D
Anjella
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[20] | custodia do sacramento coutinha tal
vmces
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[21] | a Reconhesão por filha pois me paresé
que
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[22] | ainda que andei irrado nunca dezalen
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[23] | tei pois he mosá mto
asiada em tudó Ri
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[24] | cá bonus vestidos Bom sangué
asim Ds
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[25] | Permita que asertase em tudó nesté mun-
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do e no ouotro pois Devo Reconheser
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[27] | que hei de
viver neste mundo
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[28] | menos tenpo que no
outro pois neste hé por
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[29] | huma orá e no outro hé pa
senper por iternidade |
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