O autor notifica a sua mulher de que foi preso em Caminha e que vai ser
levado pela Inquisição e dá-lhe instruções sobre como agir para o
ajudar.
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[2] | isto não ha mais q ter pasiensia E por os olhos no seo
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[3] | E nẽ por iso minha sora me percai a ffe E lealdade
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[4] | q me tivestes pois soubestes sempre o corasão E que
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[5] | Cristo jhs me quer castigar como pai pa me salvar
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[6] | por estes meos E tromentos minha alma consolai
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[7] | vos E ponde mta força em me emcomendar a ds E per
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[8] | siguir estes inquizidores dizendolhe q por ditos
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[9] | de huas diudas E gente apertada de tratos min
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[10] | ha ennemiga me prendem E dezonrão sendo
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[11] | eu milhor Cristão q vos como vos ereis testas E
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[12] | falar ao enquizidor o padre frei anto de sousa
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[13] | frade de são dos
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[14] | antes de tudo esCrevo hũa Carta q aqui vai ao ldo
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[15] | simão barboza de crasto q mora a são mamede
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[16] | junto ao coreo a par do ldo fraco lopes bocaro q
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[17] | deve os vinta dois mil rs do resto da letra a que
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[18] | tãobem de caminho podeis falar no dro se o ja
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[19] | não volo tiver dado E falar ao ldo simão barbo
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[20] | za E darlhe esa Carta que vos primeiro lereis E a
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[21] | fichareis E esa petisão que com ella vai E he
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[22] | pa ver se poso cõfesar o que nũnca fis nẽ imagi
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[23] | nei somte per me livrar de me prenderẽ nẽ dezon
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[24] | rarẽ porque dizem q não prendem a quẽ se vai
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[25] | antes diso cõnfesar E inda que seja a levantar so
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[26] | bre mĩ falco testemunho mais val agora que des
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[27] | pois de tres anos com tanta imfamia E esta pe
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[28] | tisão aveis vos de levar a este frade E mostrarlha
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[29] | E chorarlhe E rogarlhe vos favoreca por reputa
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[30] | cão de vosa onra E dezemparo E da onra de
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[31] | vosa irmã E Cunhado E de Caza de simão barboza
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[32] | vos podeis ir a Caza de francisco dinis q mora
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[33] | a par da igreja de santo anto a sse na estalagẽ da
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[34] | travesa q vai pa rua das canastras na estalagem
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