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1830. Carta de Maria José dos Anjos da Guarda e Silva para José Nicolau Teixeira de Aguiar Cresuel, caixeiro.
Autor(es)
Maria José dos Anjos da Guarda e Silva
Destinatário(s)
José Nicolau Teixeira de Aguiar Cresuel
Resumo
A autora queixa-se ao amante, preso, dos maus tratos do pai e da perda do filho que esperava.
Texto: -
[2]
Ha bastantes tempo q eu querido filho não tenho tido
noticias tuas, o q bastante me tem custado no eterno do
meu coração pois hes tu a unica pessoa a quem estimo
e de quem depende toda a minha felecidade;
[3]
Meu querido Merido sabras mui bem q meu
Pai nas vesparas de tu me tirares do seu poder, q
me deu mtas pancadas com huma bangalla e q me fes
nodas negras no meu corpo do q tenho padecido mto
[4]
e o rezultado das pancadas foi eu ter hum mao suçeso
[5]
A meu querido Menino sei quanto te ha de ser
sencivel esta triste noticia q te dou
[6]
porem eu te
nho sentido os maiores transportes de dor,
[7]
suma pen
na me acompanha a minha alma de se ter perdido
o primeiro filho teu e meu,
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A quanto somos enfelizes,
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porem eu protesto Vingança contra o autor dos
nossos males,
[10]
meu filho tem pacssiencia q nos
pella a nossa constancia havemos de Vencer,
[11]
eu ja
mais deixarei de ser tua mulher;
[12]
o Snr Joaqm Joze
da Silva tem recomendado mto as filhas q me Vejie por
isso não posso ser mais extença
[13]
e familia Vaise mechendo
pa se levantarem
[15]
rebe hum Bei
ginho da tua Mulher
[16]
A dezoito
da Maio
do ano
1830
Maria Joze dos Anjos da Guarda e Silva
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