A autora envia notícias ao filho, que se encontra na prisão. Fala-lhe de vendas em seu nome, dos produtos que lhe tem enviado e de como ele deve proceder para se corresponder secretamente com ela.
[1] | não durou mais q simquo dias, os aneis e a viola diz o
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[2] | sapateiro q não tem taL aneL o Jao q dizeis q tinha viola
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[3] | diz q he morto detremino de mandar pessoa de quem tenha
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[4] | medo, o outro aneL arecadara vossa Irmã, o vinho esta prestes,
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[5] | não sei se a dama o querera tomar, mas eu farei mto per isso, perq
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[6] | polla via da snora não se pode mandar nada; quantas vezes
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[7] | vos tenho mandado vinho; sestafra lhe mandei tres frutas,
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[8] | E não vos derão mais q hũa, as tres talhadas são outras q
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[9] | vos tinha mandado, bem vos mandei hũ vidro pequeno
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[10] | de agoa rozada, o puquarinho não vos mandei, perq he mto
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[11] | pequenino; Não me peza senão das Uvas q não no forão
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[12] | per via da dama e hũ pedaço de queijo, mas tende vos saude
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[13] | q nada faltara, estou mto contente de lerdes bem a letra, avei
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[14] | q he milagre, e merce de Ds muito grande, perq he couza q
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[15] | nunca fiz, nẽ a disposição não he boa, q este faço na Cama
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[16] | da Irzipolla q esta Lua me tratou muito mal, e assi não tenho
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[17] | hũ dia de saude pesso a Ds q ma dee ate vos ver Livre desses
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[18] | trabalhos a benção de Ds e a minha vos cubra
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