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Montes Velhos, excerto 28

LocalidadeMontes Velhos (Aljustrel, Beja)
AssuntoNão aplicável
Informante(s) Herodiano

Text: -


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[1]
Foi quem o segurou,
[2]
senão o cabrão ia parar ao mar!
[3]
Risos , o mar é que o mar é que segurava o bicho.
[4]
o mar é que segurava o bicho.
[5]
Mais tarde acabou por morrer
[6]
Sabe o que é que o pirata dum cabrão ainda fez?
[7]
Acabou por morrer
[8]
e a família, os outros Honórios
[9]
Aquilo era uma família que era Hipócrates Honório.
[10]
E havia uns na Peroguarda
[11]
Se vocês falarem na Peroguarda, eles ainda , muitos Honórios.
[12]
INF uns Honórios dessa da raça desse bicho.
[13]
[pausa] Esta dita filha casou
[14]
e o marido, [vocalização] um parvalhão qualquer e [vocalização] a querer tudo e também, guloso, mas guloso mas daqueles gulosos parvos, de lhe darem qualquer coisa
[15]
O Hipócrates Honório morre
[16]
e ela, como filha toda a gente sabia; pois estava ainda o feitor, esse que a tinha levado dentro duma alcofa para Messejana! , sabendo que ela que era filha dele e estando ainda o homem e essa coisa toda, havia alguém que lhe tirasse aquela fortuna?
[17]
Ninguém!
[18]
O que é que o cabrão faz?
[19]
Quando morreu, deixou tudo para os sobrinhos!
[20]
tinha sobrinhos,
[21]
não tinha filhos!
[22]
Tinha aquela filha,
[23]
mas chegou-se para trás,
[24]
que não tinha filhos, que não tinha filhos,
[25]
e deixa tudo aos sobrinhos.
[26]
Os sobrinhos muito macacos chamaram o marido dessa senhora
[27]
e disseram-lhe e coisa
[28]
Depois toda a gente dizia: "Vai coiso homem!
[29]
Vai coiso, que vais mamar aquilo.
[30]
Vai caminho de Beja!
[31]
Vai caminho dum advogado que aquilo é tudo teu,
[32]
a Alagoa e a Senceira e a Boiadeira, isso é tudo teu, homem!
[33]
Isso é tudo teu, homem!
[34]
Então Então se a tua mulher é que é a filha agora"!
[35]
Com os sobrinhos não se m- Mas os outros todos ministros ainda e moravam aqui uns , o que é que fizeram a esse gajo, o marido dela?
[36]
Chamaram-no: "Então que conversa é essa?
[37]
Deixa-te disso, homem!
[38]
Toma vinte mil reizitos
[39]
e vai coiso".
[40]
Ele gostava muito duns copinhos,
[41]
ia beber vinte mil reizinhos de vinho.
[42]
No outro dia: "Espera ,
[43]
vai aqui a casa,
[44]
toma um alqueire de farinha".
[45]
Foram-no contentando com essas merdas,
[46]
filho dum cabrão deixou passar aquela merda toda,
[47]
não apanhou nada.
[48]
Não apanhou nada.
[49]
INF Davam-lhe um Deram-lhe um alqueire de farinha,
[50]
deram-lhe uns vinte mil réis.
[51]
Era o pai do Homero, guloso!
[52]
INF Guloso!
[53]
Vinte mil reizinhos.
[54]
"Toma cinco,
[55]
toma dez".
[56]
os da Peroguarda e os outros mamaram a Alagoa,
[57]
mamaram a Senceira,
[58]
mamaram isso tudo. Tudo gajos ali que não tinham falta nenhuma daquilo.
[59]
E este, parvalhão,
[60]
não apanharam nada.
[61]
Não apanharam nada.

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