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Montes Velhos, excerto 28

LocationMontes Velhos (Aljustrel, Beja)
SubjectNão aplicável
Informant(s) Herodiano
SurveyALEPG
Survey year1983
Interviewer(s)Manuela Barros Ferreira
TranscriptionSandra Pereira
RevisionAna Maria Martins
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationMárcia Bolrinha
LemmatizationDiana Reis

Text: -


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[1]
Foi quem o segurou,
[2]
senão o cabrão ia parar ao mar!
[3]
Risos , o mar é que o mar é que segurava o bicho.
[4]
o mar é que segurava o bicho.
[5]
Mais tarde acabou por morrer
[6]
Sabe o que é que o pirata dum cabrão ainda fez?
[7]
Acabou por morrer
[8]
e a família, os outros Honórios
[9]
Aquilo era uma família que era Hipócrates Honório.
[10]
E havia uns na Peroguarda
[11]
Se vocês falarem na Peroguarda, eles ainda , muitos Honórios.
[12]
INF uns Honórios dessa da raça desse bicho.
[13]
[pausa] Esta dita filha casou
[14]
e o marido, [vocalização] um parvalhão qualquer e [vocalização] a querer tudo e também, guloso, mas guloso mas daqueles gulosos parvos, de lhe darem qualquer coisa
[15]
O Hipócrates Honório morre
[16]
e ela, como filha toda a gente sabia; pois estava ainda o feitor, esse que a tinha levado dentro duma alcofa para Messejana! , sabendo que ela que era filha dele e estando ainda o homem e essa coisa toda, havia alguém que lhe tirasse aquela fortuna?
[17]
Ninguém!
[18]
O que é que o cabrão faz?
[19]
Quando morreu, deixou tudo para os sobrinhos!
[20]
tinha sobrinhos,
[21]
não tinha filhos!
[22]
Tinha aquela filha,
[23]
mas chegou-se para trás,
[24]
que não tinha filhos, que não tinha filhos,
[25]
e deixa tudo aos sobrinhos.
[26]
Os sobrinhos muito macacos chamaram o marido dessa senhora
[27]
e disseram-lhe e coisa
[28]
Depois toda a gente dizia: "Vai coiso homem!
[29]
Vai coiso, que vais mamar aquilo.
[30]
Vai caminho de Beja!
[31]
Vai caminho dum advogado que aquilo é tudo teu,
[32]
a Alagoa e a Senceira e a Boiadeira, isso é tudo teu, homem!
[33]
Isso é tudo teu, homem!
[34]
Então Então se a tua mulher é que é a filha agora"!
[35]
Com os sobrinhos não se m- Mas os outros todos ministros ainda e moravam aqui uns , o que é que fizeram a esse gajo, o marido dela?
[36]
Chamaram-no: "Então que conversa é essa?
[37]
Deixa-te disso, homem!
[38]
Toma vinte mil reizitos
[39]
e vai coiso".
[40]
Ele gostava muito duns copinhos,
[41]
ia beber vinte mil reizinhos de vinho.
[42]
No outro dia: "Espera ,
[43]
vai aqui a casa,
[44]
toma um alqueire de farinha".
[45]
Foram-no contentando com essas merdas,
[46]
filho dum cabrão deixou passar aquela merda toda,
[47]
não apanhou nada.
[48]
Não apanhou nada.
[49]
INF Davam-lhe um Deram-lhe um alqueire de farinha,
[50]
deram-lhe uns vinte mil réis.
[51]
Era o pai do Homero, guloso!
[52]
INF Guloso!
[53]
Vinte mil reizinhos.
[54]
"Toma cinco,
[55]
toma dez".
[56]
os da Peroguarda e os outros mamaram a Alagoa,
[57]
mamaram a Senceira,
[58]
mamaram isso tudo. Tudo gajos ali que não tinham falta nenhuma daquilo.
[59]
E este, parvalhão,
[60]
não apanharam nada.
[61]
Não apanharam nada.

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