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Cedros, excerto 10

LocalidadeCedros (Horta, Horta)
AssuntoO porco e a matança
Informante(s) Joana

Text: -


[1]
INF A matança, pois ele as matanças aqui do nosso lugar era:
[2]
praticamente toda a gente matava o seu porquinho por ano.
[3]
Ou pobre, ou rico, ou maior, ou mais pequeno, todos matavam o seu porco.
[4]
[vocalização] Muito diferente do que se faz hoje!
[5]
As pessoas matavam
[6]
Na véspera da, do do dia de matar o porco, preparavam as morcelas.
[7]
Picavam as cebolas,
[8]
lavavam.
[9]
[vocalização] Eu lembro-me de ser cebola de casco cebola.
[10]
Depois começou a aparecer a cebola de rama.
[11]
As pessoas [vocalização] As pessoas faziam cebola
[12]
Porque a cebola de casco muitas vezes era custosa de conservar até matar um porco.
[13]
Portanto, metiam na terra
[14]
e faziam com a cebola de rama.
[15]
Alguns faziam dum de rama e de casco.
[16]
Partiam dumas
[17]
e doutras e misturavam.
[18]
INF Sim.
[19]
Ele a rama da cebola fazia
[20]
Ele havia pessoas que gostavam de fazer ce- morcela com rama cebola de rama, outros com cebola de casco.
[21]
[pausa] De maneira que na véspera da matança fazia-se as preparava-se as cebolas, a salsa
[22]
e [vocalização] e praticamente coziam um caldeirão grande de inhames.
[23]
Não havia Não havia matança sem ter inhames.
[24]
Aqui, a festa da nossa padroeira é a Santa Bárbara, que é no dia 4 de Dezembro,
[25]
que sempre se fazia mesmo no seu próprio dia.
[26]
Era o primeiro dia que se coz-, comia que se comia inhames era no dia de Santa Bárbara, e a seguir, o dia da matança.
[27]
Porque, n- normalmente era muito raro , toda a gente matava o porco no dia da primeira novena do Menino Jesus.
[28]
Era no dia 16.
[29]
Ele mais ou menos esta zona aqui, sempre, a falar no Cascalho de Cima, esta zona de Cascalho de Cima matava toda a gente o porco no mesmo dia.
[30]
Havia um único marchante.
[31]
havia uma pessoa que sabia matar o porco.
[32]
Portanto E ainda agora eles dizem que nem eles sabiam matar o porco, que era um trabalhão para matar o porco, para o porco morrer, porque tinham muito pouca experiência.
[33]
Portanto, as pessoas matavam
[34]
Juntavam-se os homens da vizinhança
[35]
e deitavam os porcos abaixo:
[36]
"Vamos agora deitar os porcos abaixo".
[37]
Deitavam os porcos no chão,
[38]
matavam-nos
[39]
Era esse o único marchante que era aqui até desta casa aqui ao lado que passava as casas todas a matar o porco,
[40]
e ficava a família da casa a limpar o porco.
[41]
[pausa] que havia muita dificuldade em arra-, em em limpar o porco.
[42]
Nem os porcos eram limpinhos limpos como são hoje, porque não havia ferramentas.
[43]
O porco era lava- era limpo,
[44]
era chamuscado com rameiras, que se ia buscar ao mato
[45]
Sim,
[46]
então ainda antes disso, no dia an- na semana antes de matar o porco, ia-se buscar a rameira [pausa] ao mato,
[47]
punha-se a murchar,
[48]
e no dia de cozer o pão
[49]
, tirava-se o pão e punha-se a rameira a secar no forno, para chamuscar o porco.
[50]
Eu sempre me lembro de chamuscar os p- os nossos porcos foi com rameiras.
[51]
Mas havia pessoas que até chamuscavam com palha de erva-da-casta e alguns até com molhos de espiga.
[52]
Em [vocalização] nossa casa sempre se chamuscou o porco foi com rameira.
[53]
INF Grosso.
[54]
[pausa] Sim, sim.
[55]
Era.
[56]
INF Sim, é.
[57]
A gente aqui chama rameira.
[58]
INF De maneira que [vocalização] chamuscavam o porco com a rameira.
[59]
Depois de o porco chamuscado, rapava-se o porco com pedras
[60]
não havia outra outra ferramenta.
[61]
Rapavam o porco com pedras,
[62]
iam-no esfregando,
[63]
e depois tinham uma faca velha, uma coisa, que iam rapando
[64]
e [vocalização] [pausa] rapavam como podiam.
[65]
[pausa] Depois de estar o porco todo limpo, todo rapado, o mesmo que tinha passado a matar é que passava [pausa] a abrir o porco.
[66]
As pessoas esperavam que ele abrisse numa casa para depois ir abrindo nas outras todas.

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