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Ribeira Seca, excerto 1

LocalidadeRibeira Seca (Calheta, Angra do Heroísmo)
AssuntoO moinho, a farinha e a panificação
Informante(s) Heraclides

Text: -


[1]
INF A água [pausa] atrás, no princípio, tem um
[2]
Chamavam a portinhola.
[3]
Hoje está tapado com cimento
[4]
porque [vocalização] a portinhola é uma tábua uma porta de madeira.
[5]
INF E a Mas apodreceu.
[6]
E eu como isto não estar a moer, tapei com cimento.
[7]
Está a feição, uma vez que queiram moer, [pausa] eu esmigalhar aquilo.
[8]
E [vocalização] E depois eu botava a água que queria.
[9]
Ele embora que a ribeira estivesse grande, a gente botava a que queria.
[10]
Depois aqui mais abaixo tem a divisão: umas portinholas então mais pequenas uma para cada moinho.
[11]
A gente se quiser moer com os dois, bota primeiro um a moer
[12]
e [vocalização] vem-no regular.
[13]
Assim que ele está encaminhado, vai outra vez então botar o outro a moer.
[14]
Bota aqui o milho,
[15]
e botará as coisas à feição,
[16]
e bota o outro moinho a moer.
[17]
[vocalização] Mas regula ali a água
[18]
que, às vezes, um moinho leva mais água de que o outro.
[19]
E [vocalização] a gente ali nas portinholas é que regula a água.
[20]
Deixa vir a água que quer para um e para o outro.
[21]
INF A primeira portinhola, vem vem tudo na mesma calha.
[22]
E depois em baixo tem então [vocalização] é t- ali um tapãozinho de pedra
[23]
e e é conforme as duas calhas, uma para cada moinho.
[24]
INF Uma Uma então quase que se via ali,
[25]
mas está ali umas coisas
[26]
INF Ela es-, es-, ela não Tem [vocalização] uma parte que é em pedra;
[27]
depois aqui mais perto do moinho tem um bocadinho que é em madeira.
[28]
INF E a parte A parte da madeira, aquilo chamava-se setia.
[29]
INF E daí é que a água que saía da da parte que era madeira é que batia ali naquela coisa que que chamam as penas do moinho.

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