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Covo, excerto 7

LocalidadeCovo (Vale de Cambra, Aveiro)
AssuntoO porco e a matança
Informante(s) Arquibaldo

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[1]
Porque a gente, olhe, bota-lhe batata,
[2]
bota-lhe leite,
[3]
bota-lhe [vocalização]
[4]
Pronto!
[5]
Bota-lhe farinha,
[6]
bota-lhe
[7]
Não é a farinha de fora!
[8]
INF Eu não boto
[9]
Eu não compro fa- as farinhas de fora para
[10]
INF É farinha da casa.
[11]
E aquilo, as c- aquela carne é muito mais gostosa!
[12]
INF Muito mais gostosa!
[13]
INF Ah!
[14]
A matança, sei eu !
[15]
INF Olhe, agarram-se os porcos, [vocalização] quando eles são para matar
[16]
Agarram dois ou t- [vocalização] três ou quatro homens,
[17]
agarram os agarram nos porcos,
[18]
botam-nos em cima do carro e.
[19]
INF Do carro.
[20]
Um carro de vacas.
[21]
[vocalização] E depois o matador mata
[22]
e depois de matar temos umas
[23]
algum tempo, era quei- queimado aquele cabelo com carquejas.
[24]
INF Carquejas é que era!
[25]
Escolhia-se
[26]
[vocalização] Ah, diziam quando fosse para matar os porcos : "É preciso ir aos carquejões"?
[27]
Aos carquejões, é essas carquejas grandes!
[28]
INF Quando é "Vai aos carquejões"!
[29]
Agora não.
[30]
Temos os maçaricos.
[31]
INF Ligamos à electricidade!
[32]
É.
[33]
Ligamos ao ao coiso, à electricidade,
[34]
não
[35]
INF É com o maçarico.
[36]
INF É.
[37]
É a garrafa de gás,
[38]
liga-se aquilo,
[39]
chamusca
[40]
E fica muito melhor!
[41]
INF Não, não.
[42]
Com aquilo fica melhor que com a carqueja.
[43]
Com a carqueja aquilo é
[44]
Ficava aquilo tudo negro!
[45]
E depois a gente, mesmo com o maçarico, depois é tudo lavado
[46]
lavam o porco depois de morto e [vocalização] chamuscado ,
[47]
depois é lavado,
[48]
todo lavado, depois põe-se a [vocalização] aquilo
[49]
INF É raspado com uma faca.
[50]
INF Com uma faca.
[51]
Com uma faca é ali todo raspadinho!
[52]
Não se conhece um cabelinho,
[53]
não se conhece nadinha!
[54]
Ficam, ficam
[55]
Em tempo, antes de o meu sobrinho andar a estudar, aquilo era [vocalização]
[56]
Aquilo era queimado a carqueja,
[57]
às vezes, ainda ficava uns cabelos grandes e aquilo tudo!
[58]
INF Agora não senhor.
[59]
Porque agora vem gente grande
[60]
ele traz gente grande a minha casa
[61]
e é muito.
[62]
E ele sabe o que nós também fazemos?
[63]
É botar presuntos ao fumeiro.
[64]
INF Ah, pois fazemos!
[65]
Isso é ao fumeiro!
[66]
INF Ah, pois é!
[67]
INF Ah!
[68]
O presunto é ao fumeiro.
[69]
Eu, todos os anos, boto três, [pausa] quatro, conforme.
[70]
INF É.
[71]
E depois vem uma pessoa qualquer
[72]
As senhoras chegavam agora ,
[73]
eu [vocalização] não tinha nada,
[74]
oferecia-lhe de comer;
[75]
as senhoras iam,
[76]
agarravam,
[77]
cortavam um pedaço de presunto
[78]
INF Vou a um bocado de presunto daquele com um bocado de de broa ou
[79]
ou, se quisesse trigo,
[80]
a gente tem sempre trigo, mas um bocadinho de broa quando ela é assim ainda é melhor que o trigo , um bocado de broa, uma pinga,
[81]
[vocalização] aquela gente ficou espertada.
[82]
INF Sabe?
[83]
Porque não temos sempre gente [pausa] para disponível para para arranjar de comer.
[84]
INF E depois, ponho [vocalização] E depois é aberto.
[85]
INF [vocalização] Nu-, nu- Numa trave qualquer.
[86]
Temos uma casa própria [pausa]
[87]
INF para fazer aquilo.
[88]
Tenho uma casa
[89]
e aquilo é que tem
[90]
INF Tem uma trave de madeira.
[91]
INF Onde se pendura o porco.
[92]
INF Tem,
[93]
tem.
[94]
Chamam aquilo [vocalização] um chambaril.
[95]
INF Também, sim senhora.
[96]
Também usam.
[97]
E depois aquilo é botado
[98]
INF E depois abrem o porco aberto,
[99]
tira-se as [vocalização] tripas.
[100]
E depois

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