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Covo, excerto 37

LocalidadeCovo (Vale de Cambra, Aveiro)
AssuntoAs abelhas e o mel
Informante(s) Arquibaldo Bigail

Text: -


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[1]
INF1 E aquilo cria;
[2]
de três em três meses, aquelas abelhinhas saem novas
[3]
e as velhas morrem;
[4]
mas ficam as novas,
[5]
nunca morrem.
[6]
INF1 E aquele vi- aquela doença que veio vai matar aquelas novinhas que estão a vir.
[7]
INF1 Que estão dentro da própria
[8]
INF1 da própria casula.
[9]
Quer dizer, a casula é: dentro daqueles buraquinhos,
[10]
INF1 e depois aquele, aquela aquele mal, aquela doença matou-os,
[11]
e aquelas morreram
[12]
e morreram as velhas.
[13]
INF1 Sabe?
[14]
INF1 Ah, pois picam!
[15]
INF1 É o, é o, [vocalização] é o Olhe, uns chamam-lhe o ferrão;
[16]
outros chamam-lhe o bico.
[17]
[pausa] Olhe que a mim, a mim,
[18]
Oi!
[19]
Têm-me mordido, logo de uma vez, para mais de dez ou vinte,
[20]
e a minha as minhas mãos ou o meu corpo não incha.
[21]
INF1 Não.
[22]
INF1 Não senhor!
[23]
E outros que ficam logo [vocalização] Eu não,
[24]
não ligo nada àquilo.
[25]
INF Não ligo nada àquilo.
[26]
Elas Parece que elas até me conhecem.
[27]
Olhe que eu vou para
[28]
A gente tem um peneiro
[29]
chama àquilo um peneiro:
[30]
é uma rede,
[31]
INF1 mas que não passa
[32]
e, com uma saca, mete aquilo na cabeça,
[33]
põe um chapéu por cima
[34]
e a gente vê-as
[35]
e [vocalização] está a ver.
[36]
E eu às vezes vou ,
[37]
nem nem levo nada disso
[38]
e elas não me mordem;
[39]
e se mordem, ele às vezes, mordem-me na cara [vocalização]
[40]
Não ligo nada àquilo!
[41]
INF Nada!

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